www.trabalheemcasaoverdadeiro.com.br
Este arquivo compõe a coletânea STC
|
www.trabalheemcasaoverdadeiro.com.br
|
Este E-Book foi distribuído com a Coletânea MEGA CURSOS
|
Acesse – www.megacursos.com.br -
|
"Ann, existe alguma coisa que, dentro de você, você sabe que é — não importa o
|
"Bom, eu acho que sou persistente. (...) Inteligente. (...)
E sei que sou delicada."
|
Quando falou em persistência, Ann usou a expressão "eu acho". Por outro
lado, ao
|
falar em ser delicada, ela disse com certeza "eu sei".
|
"Como sabe que é delicada, Ann? Que tipo de experiência interna lhe dá a certeza
|
"Quando penso que sou delicada, sinto-me suave e
animada."
|
"Esta é a sensação associada ao fato de ser delicada,
mas estou querendo saber
|
que é uma pessoa delicada?"
|
Ann parou um momento. "Bem, eu penso nas vezes em que fui
delicada." Ao
|
fazer isto, olhou para a esquerda e gesticulou rapidamente com a
mão esquerda. Para
|
mim, isso indicava onde ela via suas imagens internas como uma
pessoa delicada.
|
"Muito bem. Como pensa nos momentos em que foi delicada?
Você fala consigo
|
mesma, vê imagens ou sente os movimentos que faz quando está sendo delicada?"
|
"Bem, vejo imagens de quando fui delicada com alguém." Ann gesticulou de novo
|
com a mão esquerda. "São várias, uma atrás da outra. São pequenas, mas estão ao
|
"Perfeito. Esta é a informação que você tem para saber que é uma pessoa delicada.
|
Agora, o que acontece à sua percepção de ser uma pessoa delicada quando
descobre que
|
foi indelicada com alguém, sem querer ou por estar
irritada?" Ao fazer essa pergunta,
|
estou tentando descobrir se o seu sentimento de ser uma pessoa
delicada é persistente,
|
mesmo diante de lapsos ocasionais.
|
"Bem, fico preocupada e faço o possível para esclarecer o mal-entendido,
mas
|
ainda assim sei que sou delicada."
|
"Ótimo. O fato de você tentar consertar a situação quando foi indelicada é mais
|
uma prova de que é uma pessoa delicada, não é?"
|
Ann ficou pensativa. "Nunca havia pensado dessa maneira. Acho
que é verdade.
|
Normalmente, apenas penso nas outras vezes em que fui
delicada."
|
"Teria alguma objeção em pensar em si mesma como uma
pessoa digna de ser
|
amada, da mesma forma em que se vê como uma pessoa delicada?"
|
"Parece esquisito... Nunca pensei em ser amada dessa
maneira. Acho que se
|
tivesse a mesma sensação de ser amada, não me importaria tanto com o fato de
Bob me
|
dizer que me ama, não é? (...) Não tenho objeção alguma. Pode até ser uma boa idéia."
|
Enquanto Ann pensava cuidadosamente nas implicações da minha pergunta, não vi
|
nenhuma indicação não-verbal de objeção. Ela estava simplesmente pensando
com
|
cuidado no que eu dissera.
|
Este arquivo compõe a coletânea STC
|
www.trabalheemcasaoverdadeiro.com.br
|
Este E-Book foi distribuído com a Coletânea MEGA CURSOS
|
Acesse – www.megacursos.com.br -
|
"Bem, agora feche os olhos e pense numa situação em que se sentiu amada e
|
amando, uma ocasião em que criou uma experiência de amar e ser amada. (Ann
|
concorda.) Agora, coloque esta imagem
|
em que estão suas imagens
|
como uma pessoa delicada. Faça com que a imagem seja exatamente
igual às anteriores:
|
mesmo tamanho, mesma distância etc. (Ann movimenta a cabeça para a esquerda,
|
indicando que está levando a imagem para o local
apropriado, e assente novamente).
|
Agora pense em outro exemplo de amar e ser amada, talvez com uma
outra pessoa ou
|
numa situação diferente. (Ann assente.) Agora, coloque esta imagem junto com
a outra.
|
Continue fazendo isto até ter uma série de imagens pequenas, uma atrás da outra, ao
|
alcance do seu braço." Usei de propósito as mesmas palavras que Ann
usara
|
inicialmente para descrever suas imagens como uma pessoa
delicada, para ajudá-la a
|
criar a mesma certeza interna que lhe permitiu saber que é uma pessoa delicada. "Avise,
|
se precisar de ajuda, ou quando tiver terminado."
|
Ann passou um ou dois minutos pacientemente colecionando imagens
de si
|
mesma amando e sendo amada e disse "Acabei".
|
"Abra os olhos. Pareceu que foi tranqüilo. Alguma dúvida?"
|
"Não. Foi interessante. Primeiro parecia estranho, mas funciona. A
cada imagem
|
que colocava naquele local, sentia-me mais segura. Por alguma
razão, pareceu-me mais
|
do que ser digna de amor. Tenho mais controle da situação quando estou
|
demonstrando o meu amor, e de certa forma só posso estar
|
"Então, você é uma pessoa que pode amar e é digna de ser amada?" Com esta
|
pergunta, estou fazendo um teste para saber se a mudança se manteve.
|
Os olhos de Ann dirigem-se rapidamente para a esquerda.
"Sou. Posso ver que
|
sim." Como sempre, seu comportamento não-verbal — os olhos olhando para a
|
esquerda e sua voz firme — são indicações mais importantes do que a resposta
verbal.
|
"Daqui a pouco, Bob, quero que diga a Ann que a ama. Ann,
quando ele fizer isso,
|
quero que observe se sua reação mudou. Pode dizer, Bob."
|
"Ann, eu a amo", ele disse, suavemente.
|
Ann sorriu, inclinando levemente a cabeça. "É bom ouvi-lo dizer isso, mas é como
|
se eu já soubesse. É como quando alguém me cumprimenta por um bom
trabalho. É
|
bom saber que outra pessoa notou, mas já sei que o trabalho foi bem
feito."
|
"Ann, agora feche os olhos e imagine-se daqui a três semanas. Durante todo esse
|
tempo, Bob agiu com você da mesma maneira, só que não disse 'eu a amo' uma única
|
Ann deu um grande sorriso. "É engraçado. Ouvi uma pequena voz lá dentro que
|
dizia, num tom um pouco zangado: 'É bom que ele diga agora!' Mas era como
uma
|
brincadeira. Sem nenhum problema."
|
Já se passaram dois anos desde esta sessão, que durou aproximadamente de meia
|
hora. Tanto Ann como Bob concordam que o problema desapareceu.
Ele lhe diz que a
|
ama algumas vezes na semana, e ela praticamente nunca lhe
pergunta. Com a certeza de
|
Este arquivo compõe a coletânea STC
|
www.trabalheemcasaoverdadeiro.com.br
|
Este E-Book foi distribuído com a Coletânea MEGA CURSOS
|
Acesse – www.megacursos.com.br -
|
ser amada, Ann não depende mais de Bob para tranqüilizá-la, e eles podem desfrutar
|
melhor da companhia um do outro. Quando brigam, ainda é desagradável, mas Ann não
|
se sente mais arrasada e reage de maneira mais adequada.
|
Como desenvolver uma auto-imagem positiva
|
Na continuidade de nosso trabalho com Ann e Bob, os ajudamos a
fazer outras
|
mudanças para melhorar seu relacionamento. Neste exemplo, foi Ann quem
ganhou
|
mais opções. Sempre que se trabalha com um casal é importante manter o equilíbrio,
|
por várias razões. Se déssemos novas opções apenas a
|
Ann, Bob poderia concluir que Ann era a parte "problemática" da relação, o que poderia
|
atrapalhar o desenvolvimento de um melhor relacionamento entre
os dois. Outra
|
conseqüência possível seria Ann se tornar tão capaz de lidar com as situações que, se
|
Bob não adquirisse novas opções, ela poderia começar a se sentir insatisfeita com ele.
A
|
maioria dos casais percebem rapidamente não só a vantagem que representa para
|
deles obter novas opções, como também o enriquecimento que isto trará ao
|
Nem todo mundo tem uma seqüência de auto-imagens colocadas do
lado
|
esquerdo, como Ann, mas todos temos
|
forma interna de pensar em nossas
|
capacidades ou características pessoais. É esta estrutura interna que dá à pessoa um
|
sentimento permanente de si própria. No caso de Ann, simplesmente
construímos uma
|
representação da qualidade de ser capaz de amar e ser amada que ela não possuía
|
Mesmo não sendo tão fácil mudar a auto-imagem como no caso de Ann, o
|
princípio é sempre o mesmo: descobrir
|
a pessoa pensa a seu respeito e mudar isso
|
diretamente. Isso já foi feito de maneira eficiente com
muitas pessoas que desejam se
|
sentir dignas de amor, sensuais ou outra coisa qualquer.
|
a capacidade de pensar em si mesma como digna de amor.
|
Algumas pessoas vão mais longe e criam uma representação vivida e completa de si
|
sendo outra coisa qualquer. Elas têm
|
de si uma auto-imagem cheia de fracassos, erros e humilhações. Quer se trate de uma
|
criança que pressupõe que se sairá mal na escola ou um adulto que
acredita que nunca
|
terá um bom relacionamento, uma "auto-imagem fraca"
resulta geralmente num
|
comportamento autodestrutivo. Neste caso, não se trata apenas de construir uma
auto-
|
imagem mais positiva. Deve-se também modificar essas imagens negativas
antes de
|
criar uma auto-imagem mais positiva e útil. Um método para mudar diretamente crenças
|
limitadoras encontra-se no capítulo 7 do livro
|
Por outro lado, algumas pessoas estão convencidas de que são maravilhosas,
|
embora ninguém concorde com elas. Essas pessoas têm um autoconceito muito
|
duradouro — porém inexato e que não corresponde ao que os outros
pensam. Uma
|
pessoa pode pensar que é delicada, mas tem atitudes cruéis sem perceber. Uma outra
|
pode pensar que sabe contar piadas muito bem, apesar de ninguém rir do que ela diz. O
|
mesmo processo pode ser usado para ajudar essas pessoas, embora
seja um pouco mais
|
complicado e as pessoas que mais precisam dele geralmente são as que menos se dão
|
Quando reconhecemos que temos este problema, podemos inverter o
processo
|
Este arquivo compõe a coletânea STC
|
www.trabalheemcasaoverdadeiro.com.br
|
Este E-Book foi distribuído com a Coletânea MEGA CURSOS
|
Acesse – www.megacursos.com.br -
|
nosso autoconceito nessa área. É só descobrir algo do qual
|
tão convencidos e transformar nossas imagens de contador de
piadas, por exemplo,
|
Podemos também criar uma maneira de perceber como
as
|
outras pessoas reagem quando estamos sendo "engraçados" ou não.
|
Nosso autoconceito afeta nosso comportamento de maneira bastante
poderosa. A
|
questão é descobrir como a sua modificação afeta o nosso comportamento e
fazer as
|
correções necessárias para melhorar nossa vida. O fato de saber que
|
torna-nos pessoas mais amorosas, receptivas e capazes? Ou faz
com que nos
|
consideremos "príncipes", ignorando totalmente
as necessidades de nossos amigos e
|
familiares? O fato de sabermos que
|
com que desfrutemos melhor
|
nossa sexualidade, agindo de forma a agradar nossos
companheiros? Ou isso nos leva a
|
ignorar os desejos de nosso parceiro, causando brigas? Esta
percepção interna é útil se
|
nos ajuda a chegar mais perto do nosso ideal e melhora nossos
relacionamentos.
|
Enquanto trabalhava com Ann, observei-a bem para saber se a
mudança lhe daria mais
|
recursos e se teria um impacto positivo em seu relacionamento
com Bob.
|
A partir de uma curiosa imagem-invertida, muitas pessoas são dependentes do
|
ser dependente delas. Esse comportamento de "co-dependência" é
|
muito observado em esposas e filhos de alcoólatras ou outros viciados. Em alguns
|
casos, o rótulo de "co-dependente" torna a solução do problema ainda mais difícil. Tal
|
como categorias como "adolescente", "delinqüente" e outras, esse rótulo
|
que um padrão de comportamento que pode ser
modificado
|
inevitável. Nossa experiência nos mostra que, quando entendemos
a estrutura de
|
qualquer dificuldade, incluindo a co-dependência, fica fácil acrescentar novas opções.
|
No caso de Ann, trabalhamos diretamente com a estrutura mental
do seu
|
autoconceito. Entretanto, é possível fazer o mesmo tipo de mudança de maneira
|
informal, numa conversa, sem precisar descobrir os detalhes da
estrutura mental da
|
Sarah era uma moça sensível e alegre que detestava ferir os
sentimentos dos
|
outros. Durante grande parte do seu casamento, havia convivido
com um marido
|
alcoólatra. Sarah veio consultar-nos para que a ajudássemos a usufruir melhor sua vida,
|
ao invés de passar seu tempo ajudando outras pessoas.
|
"Quero continuar a me relacionar com outras pessoas, mas
quero separar minha
|
vida privada da minha vida social."
|
"O que a impede de fazer isso agora?"
|
"Sinto que não posso ferir os sentimentos das
pessoas. Elas acabam aparecendo lá
|
em casa e acho difícil lhes dizer não... Também sei distinguir quem é equilibrado e
|
quem não é. Quando percebo que alguém consegue cuidar de si mesmo, não me sinto
|
"Entendo. Você só faz isso com pessoas fracas e
dependentes!", eu disse, meio de
|
brincadeira, mas seriamente. (Sarah concorda.) Então, são as pessoas que já
|
ainda, não é? (Sarah ri, concorda e coloca a mão no
|
Este arquivo compõe a coletânea STC
|
www.trabalheemcasaoverdadeiro.com.br
|
Este E-Book foi distribuído com a Coletânea MEGA CURSOS
|
Acesse – www.megacursos.com.br -
|
peito.) Você não faz isso com as pessoas que sabem
cuidar de si mesmas."
|
"Somente com as que não sabem cuidar de si mesmas."
|
"Isso mesmo!" Sarah ri e concorda.
|
"Assim, você piora a situação das pessoas que já são dependentes, certo?"...
|
"Mas não sei como exatamente faço isso."
|
"Pense nas pessoas a quem feriu no passado, agindo dessa
maneira. (...) Quantas
|
pessoas tornaram-se bajuladoras e hipócritas, totalmente dependentes e
incapazes?
|
um pouco assim, mas você sem dúvida as tornou piores."
|
chego a esse ponto!" Sarah riu. "O caso é que há ocasiões em
|
(Ainda rindo) "Estou melhorando,
|
"Então como é que agora você vai respeitar mais essas pessoas,
estabelecendo
|
seus próprios limites... de forma mais respeitosa, de maneira a respeitá-las como seres
|
humanos, que podem cuidar de si mesmos... ao invés de torná-las ainda mais
|
"Ainda não sei como fazer isso."
|
"Ainda não sabe como fazer.
|
você ainda não sabe como isso vai
|
"Quantas vezes ainda vai fazer isso, antes de se dar conta
da maneira como age?"
|
"Quando examinar a maneira como agia, acha que vai entender
como ocorreu a
|
mudança? (...) Ou acha que será algo intuitivo, que sempre será um mistério para você?"
|
"Não acho que será sempre um mistério. Aliás, estou percebendo melhor uma das
|
coisas que faço, qual é a interação."
|
"Tudo bem. Agora, como é que o fato de uma pessoa se sentir
ferida num
|
determinado momento pode se tornar positivo para ela a longo
prazo, tornando-a mais
|
forte e melhor?" Apesar de ser uma pergunta, disse isto de
maneira decidida.
|
Sarah assente e inspira profundamente. "Já sei! Entendi. Essa é a chave da
|
questão, que mudava tudo." Sua expressão facial se modificou e ela pareceu
mais calma
|
e relaxada, demonstrando que estava percebendo a situação de modo diferente.
|
Este arquivo compõe a coletânea STC
|
www.trabalheemcasaoverdadeiro.com.br
|
Este E-Book foi distribuído com a Coletânea MEGA CURSOS
|
Acesse – www.megacursos.com.br -
|
pode trazer conseqüências nefastas no futuro, pois cria uma
|
dependência para toda a vida. Muitos pais fazem isso. Tentam ser
bonzinhos com os
|
filhos e criam pessoas que não saberão ser adultas. Pensam que estão sendo bonzinhos,
|
mas não preparam os filhos para andar com os próprios pés."
|
(Concordando e rindo) "Não sou boazinha com meus
filhos." "Ainda bem que tem
|
sido uma boa mãe, apesar de não ter sido uma boa amiga para
algumas pessoas."
|
"Difícil.de aceitar, mas é verdade!" "Então já entendeu tudo?" "Com
certeza!"
|
"Ainda bem que está tão segura. Agora quero que pense em
uma das piores
|
pessoas, aquela que cola mais. Quando a imagina daqui para
frente, há algo que a faça
|
se tornar tão desrespeitosa como no passado? Ou
terá achado maneiras de se respeitar,
|
da mesma forma como respeita as outras pessoas como elas são e como elas serão"...
|
"Uma questão de vida ou morte. Numa situação dessas eu não teria o mínimo respeito
|
por mim mesma." '"Mas neste caso não seria desrespeito."
"Claro. Nesse caso não seria
|
desrespeito. A situação seria excepcional."
|
"É claro. Existem ocasiões em que as pessoas realmente
|
e neste caso não se trata de desrespeito. Se alguém acabou de ser atropelado por um
|
caminhão e está com as duas pernas quebradas, não há nada de desrespeitoso em se
|
perguntar: 'Posso ajudá-lo a subir na maça?' Não é o momento de dizer: 'Sinto muito,
|
vai ter de se virar sozinho'. Certo? Agora, se as pernas
estiverem perfeitas, seria
|
desrespeitoso tentar ajudá-lo."
|
"Perfeito", disse Sarah. "É uma maneira realmente diferente de ver
a coisa.
|
O ponto principal nesse caso era alargar a estrutura temporal de
Sarah, mostrando-
|
lhe que "ser boazinha" no momento era ruim para a
pessoa a longo prazo. Entretanto,
|
esse comentário só foi válido porque.algo já havia ficado claro anteriormente: o
fato de
|
que ela se apegava à dependência dos outros e causava-lhes mal
por torná-los ainda
|
mais dependentes e menos capazes. "Ser boazinha" é muito importante para Sarah. Em
|
vez de tentar mudar sua opinião a esse respeito,
|
esse conceito para levá-la a fazer o
|
que era melhor para as pessoas a longo prazo, mesmo que no
presente elas ficassem
|
"magoadas". Isto permitiu a Sarah ter uma vida própria, liberando-a da obrigação de
|
responder aos desejos e necessidades de todo mundo.
|
Apesar de ser uma mudança importante, Sarah conseguiu fazê-la graças ao que
|
tinha aprendido em sessões anteriores. Mas ainda havia o que
fazer. Depois desse nosso
|
encontro, ela continuou a progredir em outras áreas da sua vida.
|
Muitas pessoas que se encontram na situação de Sarah ainda estão reagindo a uma
|
situação de maus-tratos sofrida no passado (vide capítulo 6), ou sentem-se cheias de
|
culpa (vide capítulo 13) ou sofrem de baixa
auto-estima. No caso de Sarah, e de muitas
|
pessoas na sua situação, lidar com essas outras áreas é importante para uma solução
|
Você mesmo: alguém com quem sempre se pode contar
|
À medida que examinávamos os objetivos de Gail, ela
percebeu um problema que
|
a tornava nervosa e tensa. Tinha muito medo de ser abandonada.
Isso a impedia de se
|
Este arquivo compõe a coletânea STC
|
www.trabalheemcasaoverdadeiro.com.br
|
Este E-Book foi distribuído com a Coletânea MEGA CURSOS
|
Acesse – www.megacursos.com.br -
|
sentir segura, de se divertir e de agir espontaneamente em
muitas situações. Como o
|
maior medo de Gail era o de perder o marido, começamos por aí.
|
"O que realmente perderia, se seu marido a
abandonasse?", perguntei. Com mais
|
algumas perguntas, ficou claro que o que mais preocupava Gail,
se o marido a
|
abandonasse, era perder o seu amor. Ao falar dele, e do que
achava que sentiria falta
|
sem ele, Gail sempre olhava para um ponto à sua esquerda.
|
"Ser amada é muito importante", concordei.
"É tão importante que vale a pena ter
|
certeza de que se é amada. E a maneira de se ter
|
disso é conseguir este amor de
|
alguém que nunca vai deixá-la na mão, e essa pessoa é você!" Gail sorriu. A idéia
|
"Sabe aquele ponto para onde olha quando pensa em seu
marido?..." Mostrei o
|
ponto para onde ela olhava e ela concordou. "Pense como
seria se, ao invés de ver seu
|
marido ali, você se visse dando a si mesma o amor de
que precisa. O que acontece
|
quando se vê dando a si mesma esse amor e
gostando de recebê-lo?"
|
O rosto de Gail ficou mais corado e seus ombros e costas, antes
tensos,
|
começaram a relaxar. <;Gosto disso."
|
"Talvez deseje trazer a Gail que está ali mais para perto de você... E agora pode
|
examinar como é entrar na Gail que está dando todo o seu amor e sentir como
é ser
|
aquela Gail capaz de tanto amor... Desfrute a posição onde ela se encontra".
|
Gail parecia ter ainda mais recursos. "Quero chegar mais
perto e abraçar a mim
|
"Ótimo. E quando tiver desfrutado tudo o que quiser, pode voltar
para dentro de
|
você, trazendo consigo todas essas boas sensações que se estendem ao seu
redor."
|
Após esse encontro, Gail disse estar se sentindo mais segura e mais
capaz de dar
|
amor ao marido, ao invés de pensar apenas em receber amor
da parte dele.
|
Uma alternativa para o abandono: dar-se a si mesmo
|
Muito já foi escrito a respeito da co-dependência, desse excessivo
"envolvimento"
|
que muitas pessoas sentem e o conseqüente medo de serem abandonadas. Se
acharmos
|
que dependemos de alguém para algo essencial, como no caso
de Gail, pode ser
|
assustador pensar na possibilidade de perder essa pessoa. O que
precisamos é de um
|
bom substituto que fortaleça nossa auto-estima, como o que foi
oferecido a Gail.
|
Um de nossos colegas, Robert McDonald, observou em seu trabalho
sobre a co-
|
dependência que muitas pessoas que se queixam desse problema têm, literalmente,
|
imagens internas de estar fisicamente ligados a um pai, esposo
ou outra pessoa
|
importante. Um homem disse que sentia como se seu pai estivesse
ligado a ele pelo
|
tórax. Uma mulher declarou que a imagem da mãe era pequena e curvada, grudada a
ela
|
do lado direito, como um percevejo. Outras pessoas imaginam um
cordão que as liga a
|
Embora isso possa parecer estranho no início, faz muito sentido. A sensação de
|
dependência, como qualquer outra experiência, tem uma estrutura mental
interna.
|
Este arquivo compõe a coletânea STC
|
www.trabalheemcasaoverdadeiro.com.br
|
Este E-Book foi distribuído com a Coletânea MEGA CURSOS
|
Acesse – www.megacursos.com.br -
|
Quando duas pessoas são co-dependentes, faz sentido que
elas sintam a necessidade de
|
uma ligação bem próxima. A ligação por meio de um cordão ou do corpo são formas
|
típicas de se vivenciar a co-dependência.
|
Se essas pessoas imaginarem que estão se desligando do outro, ficarão com medo
|
de serem abandonadas. Para atingir aquilo que essas pessoas
realmente desejam, Robert
|
e eu desenvolvemos o processo que relato a seguir. Ele o vem
utilizando em seminários
|
Como abandonar a co-dependência: religando-se a si mesmo
|
Em um lugar calmo, onde ninguém exija sua atenção durante uns 15 ou 20
|
minutos, faça o seguinte, de pé:
|
1. Identifique o outro. Pense em alguém com quem você julga partilhar uma situação
|
de co-dependência ou com quem esteja
excessivamente envolvido. Na maioria dos
|
casos, trata-se de um parente ou 11um ente querido. Quer o
envolvimento seja muito ou
|
pouco, você sairá ganhando com este processo.
|
2. Conscientize-se da sua excessiva ligação com o outro. Imagine que esta
pessoa está
|
na sala com você. Se não conseguir ver nenhuma imagem
interna, apenas "sinta" ou
|
finja que está vendo. Vai funcionar do mesmo
jeito. Ande em volta dessa pessoa.
|
Observe sua aparência. Toque-a para ver como ela é e observe como se sente por estar
|
na presença dela. Preste especial atenção aos seus sentimentos de estar
envolvido em
|
excesso com essa pessoa. Observe como se sente pelo fato de
estar tão ligado a ela. Tem
|
a sensação de estar ligado a ela fisicamente? Há alguma ligação direta entre seu corpo e
|
o dela, através de um cordão ou outra coisa qualquer? Observe
em que ponto do seu
|
corpo e do corpo da outra pessoa se dá a ligação. Muita gente sente esta ligação na
|
altura do estômago, do peito ou da virilha. Sinta
o mais completamente possível a
|
qualidade dessa ligação — qual sua aparência e a sensação que provoca.
|
3. Independência temporária. Agora, tente cortar esta ligação por um instante, só para
|
ver como se sente. Imagine que sua mão é uma navalha, ou simplesmente
dissolva a
|
ligação de outra maneira qualquer... Muitas pessoas não se sentem bem em se separar
|
neste ponto, e isso é um sinal de que a ligação teve um propósito importante. Não é
|
necessário se separar agora, pois você só se sentirá confortável quando tiver um
|
4. Descubra os objetivos positivos. Agora pergunte a si mesmo:
"O que realmente
|
desejo desta pessoa que possa me satisfazer?" (...) Então pergunte: "E o que há de
|
positivo nesta ligação?", até obter uma resposta fundamental,
como, por exemplo,
|
segurança, proteção, amor...
|
5. Crie o seu ser Evoluído. Agora, volte-se para a sua
direita (algumas pessoas
|
preferem voltar-se para a esquerda) e crie uma imagem
tridimensional de você mesmo
|
depois de ter evoluído bem além de suas capacidades atuais. Esta é um outro você que
|
está bem à sua frente, que já resolveu todos os problemas que você está enfrentando
|
agora, que o ama, lhe dá valor, que quer proteger e cuidar
de você. Esta é a pessoa que
|
pode lhe dar tudo aquilo que na etapa 4 você descobriu que realmente deseja.
Observe
|
como ela anda, sua expressão facial, sua voz e o que sente
quando ela toca em você. Se
|
não conseguir "ver" esse Ser tão cheio de recursos, apenas
"sinta" como ele é. Algumas
|
Este arquivo compõe a coletânea STC
|
www.trabalheemcasaoverdadeiro.com.br
|
Este E-Book foi distribuído com a Coletânea MEGA CURSOS
|
Acesse – www.megacursos.com.br -
|
pessoas sentem um calor ou uma luminosidade ao redor desse Ser.
|
6. Transforme a ligação com o Outro numa ligação com esse Ser. Volte-se
|
novamente para o Outro a quem você está ligado. Veja e sinta a ligação. Depois corte a
|
ligação com o Outro e imediatamente refaça a ligação com o seu Ser. Desfrute a
|
sensação de estar em interdependência com alguém com quem realmente pode contar:
|
você. Agradeça a este Ser por estar aqui para ajudar você. Ele é a pessoa que estará
|
sempre presente, abrindo caminho para você — seu companheiro constante, que
estará
|
sempre junto de você para verificar o que está à sua frente e se certificar de que
você
|
7. Respeite o Outro. Olhe novamente para o Outro e examine a
ligação que foi cortada.
|
Veja que o Outro também tem a possibilidade de refazer a
ligação consigo mesmo. Se o
|
cordão saiu do umbigo, você o verá indo em direção ao coração. Imagine a ligação
|
refazendo-se em outro local adequado do corpo do Outro. Se não havia um cordão, você
|
poderá imaginar o Outro sendo ligado fisicamente ao seu próprio Ser Evoluído, da
|
mesma forma que você está agora. Isso lhe dará a segurança de que o Outro também
|
ficará melhor tendo uma consciência maior de si mesmo. Observe como
agora você
|
pode se sentir inteiramente presente na relação com o Outro.
|
8. Aumente sua ligação com o seu Ser. Agora volte-se para
o seu Ser Evoluído, ao
|
qual se encontra ligado. Entre literalmente dentro dele, de
forma a poder se olhar de
|
fora. Sinta como é bom ter recursos e poder dar mais a
si mesmo. Após desfrutar da
|
sensação de ser este Ser Evoluído, volte para dentro de si mesmo,
trazendo consigo os
|
9. Vá para o futuro. Observe como se sente tendo uma nova capacidade
de se
|
relacionar com as pessoas, em bases mais sólidas. Imagine como será o futuro tendo
|
como companheiro o seu Ser Evoluído. Também poderá observar como este Ser
|
Evoluído lida com dificuldades.
|
Não é mágica, mas funciona
|
Depois dos seminários, Robert recebeu muitas confirmações dos participantes.
|
Uma mulher que sentia uma ligação de coração a coração com o marido, disse:
|
"Houve uma mudança definitiva em minha vida. Já não preciso tanto do meu
|
marido. Antes, eu me sentia abandonada sempre que ele tinha de
se ausentar. Meu
|
coração está cheio de amor, quando antes sentia-me machucada sempre que meu
marido
|
não estava presente. Automaticamente, vejo o meu maravilhoso ser
interior luminoso.
|
Ele aparece sempre que preciso dele".
|
Becky tinha uma ligação com a mãe. O cordão que as ligava saía de seu lado
|
esquerdo, subia pela espinha dorsal e estava ligado ao corpo da
mãe da mesma maneira.
|
Depois, Becky observou que essa ligação se repetia da mãe para a avó e assim por
|
diante, estando todos os cordões ligados no mesmo local. Chamou a
isto "o martírio
|
solitário de ser mulher" na sua família, e disse:
|
"Foi positivo fazer este exercício. Agora, quando me pego 'dando
uma de mãe',
|
paro. Observo-me fazendo algo como ela e penso: 'Quem está fazendo isto é ela, não
|
sou eu'. Assim, diariamente reafirmo minha ligação com o meu ser interior. Problemas
|
Este arquivo compõe a coletânea STC
|
www.trabalheemcasaoverdadeiro.com.br
|
Este E-Book foi distribuído com a Coletânea MEGA CURSOS
|
Acesse – www.megacursos.com.br -
|
surgem, mas agora tenho opções. Isso não é mágica. Não surgiu do nada. Tenho de ser
|
responsável por mim mesma diariamente. Mas foi muito importante poder
ver aquele
|
"Sempre se soube que na minha família as mulheres tinham um problema
de
|
coluna. Eu também tinha. Ao observar isto, eu disse:
'O problema termina aqui'. O mais
|
importante foi a compreensão profunda de que o problema de
coluna passava de
|
geração a geração. Não preciso dele. O problema termina aqui, comigo."
|
Os processos descritos neste capítulo podem nos ajudar a nos
tornarmos mais
|
independentes e mais conscientes de nosso ser. Isto não quer dizer que seremos
|
solitários. Ao contrário, permite-nos estarmos junto com
outras pessoas de uma maneira
|
Este arquivo compõe a coletânea STC
|
www.trabalheemcasaoverdadeiro.com.br
|
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário