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25
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|
|
|
COMO CURAR TRAUMAS
|
|
|
Quando Sally ficava longe do filho de oito anos por mais de um
dia, sentia-se
|
ansiosa sempre que pensava nele. Pior ainda se falasse com ele
ao telefone. Por isso,
|
queria reagir melhor a essa situação. Como nos conhecemos durante uma
conferência,
|
longe de onde morava, era mais fácil testar a sua reação. Quando lhe pedi que pensasse
|
no filho, ela ficou tensa e parou temporariamente de respirar.
|
Quando lhe perguntei de que forma pensava no filho, ela disse
que via uma
|
imagem tênue, rígida e distante, "com muito ar entre mim e ele". Ao
ver a imagem, ela
|
tinha a impressão de perdê-lo, o que lhe causava a sensação de ansiedade. Quando lhe
|
pedi que trouxesse a imagem do filho para mais perto, Sally
sentiu-se muito melhor.
|
Podia ter eliminado sua ansiedade modificando diretamente essa
imagem da
|
criança. Entretanto, Sally me havia contado que sua ansiedade fora
causada por uma
|
experiência traumática que tivera aos sete anos, e que continuava a incomodá-la. Seu
|
pai desaparecera inesperadamente durante cinco dias. Ninguém sabia onde ele estava, se
|
voltaria ou não, e até mesmo se estava vivo ou morto.
Sally disse que se sentira
|
totalmente abandonada, perdida e assustada. Essa experiência tinha ficado
"impressa"
|
na vida emocional de Sally, e agora ela sentia o mesmo quando se
encontrava longe do
|
filho.
|
Se eu mudasse apenas a maneira como ela pensava no filho,
somente aquela
|
experiência isolada seria mudada. Ela continuaria guardando aquela desagradável
|
lembrança de infância, e era provável que essa lembrança também causasse outras
|
dificuldades em sua vida. Se mudasse a lembrança de infância, poderia lhe dar toda a
|
mudança que ela pedia e muitas outras vantagens extras.
|
Como Sally vê uma experiência positiva
|
O primeiro passo é descobrir como Sally pensa em uma
lembrança forte
|
e
|
positiva,
|
que também afete profundamente seu comportamento. Essas experiências de
|
impacto são geralmente chamadas de "impressões". "Sally, quero que
pense numa
|
lembrança que seja realmente positiva para você hoje. Pode ter sido agradável ou não
|
quando aconteceu, desde que com ela você tenha aprendido algo que tenha um
impacto
|
positivo e poderoso na maneira como age hoje em dia. Não importa o que seja, desde
|
que você a sinta como positiva e poderosa agora. (...) Após ter escolhido a experiência,
|
quero que pense nela, da mesma maneira que pensa quando ela tem
um impacto
|
realmente poderoso sobre você. Observe a maneira como a vivência."
|
Quando se lembrou da experiência escolhida, Sally sorriu, sua
respiração tornou-
|
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26
|
se mais profunda e suas costas ficaram mais retas. Sem dúvida, era o tipo de lembrança
|
que eu queria que tivesse.
|
"Agora, quero que pense numa lembrança normal, sem importância. Pode ser o
|
momento em que escovou os dentes hoje de manhã, em que se vestiu, ou qualquer
outra
|
coisa do gênero. Em seguida, quero que compare as duas lembranças. Você notará as
|
diferenças que tornam uma mais forte e a outra mais comum. Por exemplo,
uma delas
|
pode ser um filme, enquanto a outra é uma foto. Uma pode ser em cores,
enquanto a
|
outra é em preto-e-branco. Uma pode ser sonora e a outra
silenciosa."
|
"A lembrança normal é pequena e fixa, como um instantâneo em preto e branco.
|
A vigorosa me envolve, como se eu estivesse dentro dela. Tem
movimento, e suas cores
|
são suaves e em tom pastel, como num quadro de Monet. Eu as adoro.
E o som é
|
agradável. Já na lembrança normal não há som."
|
Como criar uma nova impressão positiva
|
"Agora, quero que deixe temporariamente de lado essas experiências, enquanto
|
faço uma pergunta importante. Que experiência poderia ter tido
|
antes
|
do
|
desaparecimento de seu pai que a teria tornado mais fácil de suportar? Que experiência
|
específica poderia ter preparado você para essa situação, para que não sentisse a terrível
|
sensação de estar perdida e abandonada?"
|
"Meu pai significava muito para mim naquela época. Acho que se alguém em
|
quem eu confiasse me dissesse que ele sempre estaria presente e
me protegeria, não
|
importa o que acontecesse, teria sido muito mais fácil para mim. Talvez se meu irmão
|
me tivesse dito isso..."
|
"Muito bem. Esse é o tipo de coisa que pode fazer uma
grande diferença. Vamos
|
tentar. Feche os olhos e volte ao momento em que tinha seis ou
sete anos, bem
|
antes
|
de
|
seu pai desaparecer.
|
Crie
|
uma experiência bem detalhada de seu irmão conversando
|
com você e tranqüilizando-a. Ao fazer isso, certifique-se de que esta experiência é igual
|
à da lembrança vigorosa de que falou
anteriormente. Crie esta nova experiência de
|
forma que ela a envolva, com movimentos, sons e aquelas cores
postei de que tanto
|
gosta. Pode ajustar e adequar a experiência como quiser, até transformá-la no tipo de
|
lembrança que a fará reagir de maneira mais positiva à inesperada ausência de seu pai.
|
Leve o tempo que for necessário e faça um sinal com a cabeça quando estiver
|
satisfeita."
|
Quando começou a criar a nova lembrança, sua respiração se tornou mais
|
profunda, ela sorriu e suas costas ficaram mais retas, como
quando tivera a primeira
|
lembrança positiva. Isto foi um sinal de que sua
|
nova
|
lembrança também seria uma
|
fonte importante de recursos. Cerca de um minuto depois, ela deu
o sinal.
|
Como usar a nova impressão para operar uma mudança profunda
|
"Agora, quero que viaje rapidamente no tempo, trazendo com
você o impacto
|
dessa experiência positiva com seu irmão. Ao viajar no tempo, você poderá notar com
|
todas as suas experiências posteriores modificam-se e são reavaliadas à luz dessa
|
experiência. Você sabe que grande parte disto está acontecendo a nível inconsciente,
|
portanto poderá viajar rapidamente no tempo. Ao
chegar ao presente, pare e veja-se
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27
|
indo em direção ao futuro, perceba de que forma
você será uma pessoa diferente graças
|
a essa experiência com seu irmão. Mais uma vez, leve o tempo que
for necessário e abra
|
os olhos quando tiver terminado".
|
Cerca de um minuto mais tarde, Sally abriu os olhos. "Foi
interessante", disse.
|
"Viajar no tempo foi parecido com aquela parte final do
filme
|
2001
|
—
|
Odisséia no
|
espaço,
|
quando tudo está sendo filmado de ambos os lados.
Quando cheguei ao
|
momento em que meu pai desapareceu, simplesmente passei por ele.
(...) E, quando
|
penso nisso agora é tudo bastante diferente. Ainda
estava preocupada, mas sabia que
|
meu irmão estaria lá. Senti-me maior, de certa forma,
mais forte."
|
"Parece uma boa experiência. Agora pense no seu filho e
veja como.se sente"...
|
"Sinto-me bem agora. Ele não parece mais tão longe. Até tentei criar novamente
|
aquela imagem pequena, tênue e distante, mas não me afeta mais."
|
Todo o processo durou cerca de quinze minutos. No dia seguinte,
Sally me contou
|
que havia telefonado ao filho na noite anterior e que se sentira
bem. A ansiedade não
|
voltara.
|
Embora não tenha entrado em contato com Sally para fazer uma avaliação a longo
|
prazo, sei, por ter usado este método com muitas outras pessoas, que
os resultados são
|
duradouros e, às vezes, tornam-se ainda melhores
com o passar do tempo.
|
Reação sexual
|
Beverly estava insatisfeita com o que chamava sua "fobia de
sexo" e sua
|
relutância em ter um envolvimento maior com um homem. Lutava contra
essa aversão
|
ao sexo e um maior envolvimento desde que tivera uma experiência difícil num
|
relacionamento anterior. Beverly vivia com um rapaz quando ficou
grávida
|
acidentalmente. O rapaz a abandonou e ela teve de enfrentar a
situação sozinha. Embora
|
fosse contra o aborto, teve de tomar a difícil decisão de abortar. A partir dessa
|
experiência, Beverly evitou se envolver e ter relacionamentos sexuais.
|
Como o problema de Beverly partia de uma experiência traumática anterior,
|
utilizei o mesmo processo que usara com Sally. Ao escolher uma
experiência positiva
|
anterior, Beverly optou por uma ocasião em que inadvertidamente havia
causado a
|
morte de um amigo, tendo superado o trauma decorrente das conseqüências de seu erro.
|
Quando me disse que queria usar essa experiência como recurso, fiquei uni pouco
|
surpresa, já que a maioria das pessoas
escolheria uma experiência "positiva". Depois de
|
pensar um pouco, vi que ela era mais sábia do que eu. Escolhera exatamente
a
|
experiência que
|
a
|
prepararia para lidar com o aborto.
|
Cerca de dois meses depois, Beverly disse-me que sentia vontade
de ter um
|
relacionamento com um homem, mas ninguém que conhecia parecia a pessoa
certa.
|
Dois meses depois, ela me telefonou e deixou o seguinte recado:
"O Príncipe Encantado
|
chegou e eu o reconheci!" Ela encontrara alguém especial a quem amar e estava
|
gostando de desfrutar intimidade e de ter um envolvimento
sexual, sem sinais do antigo
|
medo.
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|
O método
|
Este processo, chamado de "destruidor de decisões", foi recentemente
|
desenvolvido por Richard Bandler, um dos co-fundadores da PNL.
Parte de um
|
pressuposto importante que a maioria das pessoas tem a respeito
de suas vidas: que o
|
passado influencia o presente e o futuro. Se as experiências traumáticas do passado
|
causam problemas mais tarde, também são uma fonte de experiências positivas de
|
aprendizado, que podem servir como recursos.
|
Todos nós chegamos a "conclusões" ou tomamos "decisões" baseados em
|
experiências pessoais. Essas conclusões podem afetar a maneira como
reagimos a
|
experiências posteriores. Muitas de nossas crenças são formadas a partir de uma
|
experiência significativa do passado. Outras, por uma série de experiências menos
|
Por exemplo, Sal tinha tido uma experiência que o fez concluir que era
incapaz de
|
aprender. Quando tinha três anos de idade, pegou um
quebra-cabeça da estante e tentou
|
montá-lo. O quebra-cabeça era para crianças de seis anos, mas Sal não sabia. Ele nem
|
sequer percebia que crianças de seis anos são capazes de fazer coisas que as de
três não
|
conseguem. Apenas tentou montar o quebra-cabeça, sem resultado.
|
Os pais de Sal estavam na sala, observando suas tentativas
frustradas.
|
Desconcertados com os seus esforços, não sabiam o que fazer. Finalmente, o
pai disse,
|
sentindo-se também frustrado: "Deixe esse
brinquedo de lado. Você nunca vai aprender
|
nada!" Da próxima vez que tentou montar um
quebra-cabeça e não conseguiu, Sal
|
lembrou-se do primeiro fracasso e do que o pai havia dito.
"Ele tem razão, não consigo
|
aprender", pensou. Então deixou de lado o quebra-cabeça sem tentar de verdade e
|
passou a uma coisa mais "fácil".
|
Mais tarde, o jovem Sal tentou desmontar um velho relógio com uma chave-de-
|
fenda. Gostava de desmontar objetos. Mas é necessário saber por onde começar, e Sal
|
não sabia. Lembrando suas experiências anteriores de fracasso, Sal
nem fez muito
|
esforço. Simplesmente deixou o relógio de lado, pensando que aquela era
mais uma
|
prova de que não conseguia fazer nada direito.
|
Nos anos posteriores, muitas outras experiências reforçaram sua decisão de que
|
nada do que fazia era correto. Baseado em sua primeira experiência, encarava cada uma
|
de suas dificuldades da mesma forma — como um reforço da sua dedução anterior a
|
respeito das suas limitações.
|
Glen, por outro lado, havia tido uma experiência anterior que coloria seu futuro
de
|
ponta a ponta, de maneira muito mais positiva. Quando tinha
quatro anos, sua família
|
mudou-se do deserto para Ohio, onde existem muitas árvores. Glen não estava
|
acostumado a ver tantas árvores e queria subir em todas. Após ter escolhido seu
|
primeiro alvo, Glen passou de um galho para outro, empolgado com
sua aventura.
|
Quando estava lá em cima, olhou ao seu redor com
prazer e decidiu que estava na hora
|
de descer. Foi então que olhou para baixo pela primeira
vez e ficou aterrorizado.
|
Agarrando-se ao galho, gritou para a mãe, que estava do lado de fora da
casa: "Socorro,
|
não consigo descer!"
|
A mãe de Glen veio correndo, um pouco nervosa por vê-lo em cima da árvore.
|
Entretanto, disse calmamente: "Glen, você está segurando com força, e isto é ótimo. Já
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|
que conseguiu chegar aí
|
em cima,
|
sem dúvida conseguirá descer. Será que consegue
|
colocar o pé em outro galho e sentir se ele é sólido e pode agüentar seu peso?" Glen
|
ficou mais calmo só de ouvir a voz da mãe. Percebeu que tinha tido competência para
|
subir sozinho. Então, decidiu encontrar uma maneira de
descer devagar dali por diante,
|
e com cautela, até atingir o solo com segurança. Embora dali por diante tenha se
tornado
|
mais cuidadoso, Glen adquiriu um sentimento de competência — de que,
|
por si só,
|
conseguiria descobrir uma saída para seus problemas.
|
Essa experiência ficou para sempre com Glen.
Quando, na escola, se deparava
|
com tarefas difíceis, pensava na sua experiência com a primeira árvore e se dava conta
|
de que podia achar uma solução. Portanto, continuava tentando e
fazendo perguntas até
|
encontrar a solução. Continuava tentando, mesmo quando
os colegas haviam desistido.
|
Cada vitória confirmava que ele era capaz de aprender e ter sucesso.
|
Quando chegamos a uma conclusão inútil, como no caso de Sal, geralmente
é
|
porque não entendemos que
|
outras
|
pessoas também sofrem limitações de alguma
|
natureza. O pai de Sal certamente não
|
quis
|
dizer que ele era um fracasso. Apenas se
|
sentiu frustrado e sem saber o que fazer. Nessas situações, as crianças sempre pensam o
|
pior de si mesmas, ao invés de compreender que a outra pessoa é limitada. Se
|
compreendermos como essas experiências formativas funcionam,
saberemos criar
|
mudanças poderosas nas experiências traumáticas de nossa vida.
|
Pode ser muito difícil mudar uma experiência traumática diretamente, porque a
|
pessoa tem uma forte reação ao trauma. É como tentar construir uma casa
durante um
|
terremoto. Mas, se criarmos uma experiência curativa positiva
|
antes
|
que o trauma
|
apareça, a interferência deixa de existir. Se dermos à nova experiência as mesmas
|
características de uma forte lembrança positiva, ela terá força suficiente para influenciar
|
positivamente os incidentes futuros. Embora a pessoa saiba, a nível consciente, que
|
criou a lembrança, essas características têm o poder inconsciente de uma
lembrança
|
real. Em nossa fita cassete "Decision Destroyer",
damos outro exemplo completo e
|
aprofundamos mais o assunto (vide Apêndice II).
|
Como modificar um passado de maus-tratos
|
Apesar de Sally e Beverly terem tido apenas uma experiência traumática, este
|
método é útil sobretudo para pessoas que tiveram uma série de experiências traumáticas
|
durante um longo período de tempo. A criação de uma nova lembrança poderosa pode
|
modificar um longo histórico de situações desagradáveis e ser um primeiro passo para a
|
criação de um ser interior com mais recursos.
|
Kristen tinha sofrido maus-tratos na infância e queria dissipar seus medos.
|
Quando tentava pensar em uma nova "impressão" para colocar em seu passado,
não
|
conseguia pensar em algo forte o suficiente para sobrepujar o
impacto dos maus-tratos
|
sofridos. Ao invés disso, ela se imaginou como a
pessoa mais sábia e mais evoluída que
|
desejava ser no futuro. Quando levou essa sensação ao passado e depois voltou no
|
tempo, teve uma profunda experiência pessoal. Mais tarde, percebeu
que seu contato
|
com as pessoas havia mudado. Antes, quando falava com alguém, era como se a outra
|
pessoa não estivesse vendo apenas a ela, mas também todas as suas experiências
|
anteriores de maus-tratos. Krisíen sempre pensou que as outras
pessoas a viam como
|
"aquele tipo de pessoa", e isso era uma limitação em sua vida. Mas, depois da
|
experiência, Kristen disse: "Agora sinto que as pessoas estão vendo a
|
mim
|
e o que estou
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|
fazendo no momento". Sentiu-se mais livre, sem a limitação de ser "aquele tipo de
|
pessoa".
|
Como recuperar a audição
|
Dick usava um aparelho de surdez em um dos ouvidos, e um diapasão artificial
|
havia sido implantado cirurgicamente no outro. Mesmo com o
aparelho de surdez, Dick
|
não conseguia ouvir os sons que as pessoas ouviam. Seus problemas
de audição haviam
|
começado alguns anos antes, quando estava voando sobre o golfo Pérsico. O avião
|
estava a 40.000 pés de altitude quando uma das janelas
estourou, provocando uma
|
imediata despressurização da cabine. O avião não estava equipado com máscaras de
|
oxigênio, como as aeronaves mais modernas, e por isso o piloto foi
obrigado a descer
|
rapidamente a 10.000 pés, onde o ar é respirável.
|
A rápida despressurização, aliada à queda brusca de 30.000 pés, foi fatal para os
|
ouvidos de Dick. Durante a rápida descida, um bolsão de ar ficou preso nas trompas de
|
Eustáquio. Dick sofreu uma cirurgia que tentou corrigir o problema,
um dreno foi
|
colocado em um dos ouvidos, para escoar a pressão do ar. Mais tarde, os médicos
|
disseram-lhe que esse procedimento traumatizou ainda mais o
ouvido, causando
|
otoesclerose, ou seja, envelhecimento precoce do ouvido.
|
Seguindo as recomendações dos médicos, Dick fez outra cirurgia no
ouvido
|
direito, no qual foi implantado um diapasão para substituir a bigorna
endurecida. Essa
|
operação fez com que o nível de audição desse ouvido voltasse ao que era
antes do
|
acidente. Entretanto, ele freqüentemente ouvia ruídos ou sentia dores nos ouvidos.
|
Com o passar do tempo, o nível de audição do ouvido esquerdo foi diminuindo.
|
Primeiro ele percebeu que não ouvia bem do lado esquerdo quando
escutava música nos
|
fones de ouvido. Deu-se conta de que precisava aumentar o volume
do lado esquerdo
|
até 9, enquanto o do lado direito continuava no nível l. Um teste de audição revelou que
|
seu ouvido esquerdo tinha um baixo nível de audição, de 60 a 70 decibéis. Antes do
|
acidente, Dick fizera vários testes, em que ambos os ouvidos
tinham atingido o nível de
|
10 decibéis — um pouco abaixo da média, mas ainda dentro do que é considerado
|
normal. Só para se ter uma idéia, o nível de som diante de um alto-falante
de um grupo
|
de rock atinge de 90 a 100 decibéis.
|
Naquele dia em que eu estava ensinando o método de destruição de decisões para
|
um seminário adiantado, Dick deixara o aparelho de surdez em casa. Para
aprender o
|
método, cada participante tinha de assumir três papéis: cliente, guia e observador.
|
Quando chegou a sua vez de ser o cliente, Dick nem pensava em
recuperar a audição.
|
Pretendia obter uma sensação geral de saúde, bem-estar e equilíbrio.
|
Primeiro, escolheu um momento da sua vida em que sua saúde estava na ápice.
|
Voltou a um momento da sua adolescência em que estava em ótima forma, tanto física
|
quanto emocionalmente — um momento de sua vida em que tinha
energia, um bom
|
nível de concentração, aprendia com rapidez e sentia-se
forte física e emocionalmente.
|
Era também um tempo em que ele tinha a capacidade de tomar as decisões certas.
|
Quando voltou a vivenciar aquele momento, Dick deu a si mesmo
instruções não muito
|
específicas: "... de modo que todas as peças possam se encaixar, reunindo-se
como
|
quiserem". Dick declarou ter visualizado sua experiência de saúde como uma onda.
|
Teve a visão de uma "escultura" de areia que podia ser moldada de
várias formas à
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|
medida que a areia se combinava em novos padrões. Para ele, a saúde era "rolar com a
|
onda" de areia.
|
Quando estava profundamente imerso na experiência, Dick viajou rapidamente no
|
tempo, trazendo a vivência de uma saúde plena até o momento presente. Então, ancorou
|
essa experiência no presente, enquanto se via
indo para o futuro, sempre mantendo a
|
vivência de saúde plena.
|
Quando terminou, Dick ficou surpreso ao ouvir o som de água caindo. Olhando ao
|
redor, percebeu que próximo dali havia uma fonte que ele não havia notado. Foi então
|
que se deu conta de que estava ouvindo com o ouvido
|
esquerdo!
|
Muitos dos presentes
|
acharam difícil acreditar que Dick tivesse recuperado
a audição de forma tão repentina.
|
Várias pessoas resolveram testá-lo, sussurrando atrás dele — o que meia hora antes ele
|
não conseguia perceber. Testes médicos posteriores comprovaram a
experiência
|
subjetiva de Dick. Seu ouvido esquerdo agora percebia 10 decibéis — o mesmo nível de
|
antes do acidente.
|
Um ano depois, perguntei a Dick que diferença sentia em sua vida. Ele não
|
precisava mais usar o aparelho de surdez — tinha-o até perdido. Seus ouvidos estavam
|
bem. Não ouvia mais ruídos nem sentia dores. "Há pouco tempo, fui a uma conferência
|
e gostei de poder me sentar na última fila", disse. "Antes
eu era sempre obrigado a me
|
sentar nas primeiras filas, mesmo com o aparelho de surdez. Também participei de uma
|
peça de teatro amador. Não poderia ter feito isso antes,
porque não saberia se minha voz
|
estava ou não no tom correto.
|
"E, melhor ainda, agora uso minha voz para me comunicar de
uma forma diferente. Uso
|
a tonalidade e o ritmo da minha voz — ajusto o volume e o tom da
minha voz, o que me
|
permite conseguir melhores resultados nas minhas consultas com
os clientes. Não tinha
|
percebido o quanto isso era importante."
|
A técnica do "destruidor de decisões" é um dos métodos mais úteis apresentados neste
|
livro, e o que tem apresentado os resultados mais
surpreendentes. É particularmente útil
|
quando uma pessoa tem um histórico antigo de experiências desagradáveis, como é o
|
caso de alguém que tenha sofrido maus-tratos
durante um longo período de tempo.
|
Quando a pessoa viaja no tempo trazendo consigo um poderoso
recurso, todas as
|
experiências problemáticas são transformadas de uma única vez, em vez de serem
|
modificadas uma a uma, como ocorreria numa terapia mais
convencional. Além disso, a
|
pessoa passa a ter um senso maior de si mesma — algo que a
ajudará a enfrentar futuros
|
desafios.
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|
|
COMO ELIMINAR REAÇÕES
|
ALÉRGICAS
|
|
|
Maria foi picada por uma abelha aos onze anos de idade. Para a
maior parte das
|
pessoas, essa seria uma experiência dolorosa, porém sem grandes conseqüências. No
|
caso de Maria, porém, os incidentes que se seguiram
tornaram a experiência
|
inesquecível. Cerca de dez minutos após a picada, Maria sentiu que a
garganta
|
começava a ficar irritada e parecia estar inchando. Logo, passou a
ter dificuldade em
|
respirar. A família, assustada, levou-a ao hospital
mais próximo. Quando chegou lá, ela
|
praticamente não conseguia respirar. O médico de plantão aplicou-lhe três injeções
|
diferentes para eliminar os sintomas. E disse que ela
provavelmente teria morrido
|
sufocada caso não tivesse recebido um tratamento
imediato. Maria foi aconselhada a
|
ficar longe de abelhas para evitar um problema que poderia ser
fatal, e seguiu o
|
conselho à risca.
|
Dez anos depois desse incidente, Maria fez testes para saber se
ainda era sensível
|
à picada de abelhas. O médico que lhe aplicou o teste
confirmou a sensibilidade e
|
aconselhou-a a tomar injeções semanais de antígeno para aumentar a resistência a
|
picadas de abelhas. Para ficar bem, ela deveria tomar essas injeções pelo resto da vida.
|
Maria se auto-administrou o tratamento durante doze anos. Quatro
anos antes de vir
|
trabalhar comigo, mudanças na aplicação das injeções tornaram a auto-administração
|
impossível, de forma que ela decidiu interromper o tratamento.
|
Ao saber que a PNL tinha um método que possibilitava eliminar as
reações
|
alérgicas, Maria ficou interessada. "Maria, primeiro quero lhe
dar uma idéia do que
|
vamos fazer aqui. Há muitos anos sabe-se que as alergias
são basicamente um 'erro' do
|
sistema imunológico. Quando o sistema imunológico funciona bem, identifica
|
substâncias realmente perigosas a fim de proteger seu corpo. Esta é a maneira como seu
|
corpo se protege de bactérias ou vírus nocivos.
|
"Entretanto, às vezes o sistema imunológico comete um erro e identifica um
|
agente inofensivo, como um alimento, pólen, poeira ou picada de abelha como
sendo
|
nocivo, quando na verdade não o é. Se o sistema imunológico
|
pensa
|
que algo é
|
perigoso, a pessoa acaba tendo uma alergia, ao invés de receber uma proteção. No seu
|
caso, o sistema imunológico cometeu um erro que quase lhe
foi fatal. E quando
|
acontece um erro, o certo é corrigi-lo.
|
"O processo que vamos usar vai treinar seu sistema imunológico para reagir de
|
maneira mais adequada às picadas de abelha. Assim, seu
sistema imunológico saberá
|
que, apesar de desagradável, não deve se preocupar em demasia com
uma picada de
|
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33
|
abelha. Assim que seu sistema imunológico souber que as picadas de abelha
são
|
inofensivas, você estará muito mais
|
segura,
|
porque não terá essa perigosa reação
|
alérgica. Seu sistema imunológico atuará como o faz diante de qualquer outro
agente
|
inócuo.
|
"Antes de mais nada, gostaria que você sentisse
|
um pouquinho
|
a reação que
|
costuma ter, para que eu saiba como ela é e possa perceber quando ela for
diferente."
|
Como a reação de Maria sempre tinha sido perigosa para a sua saúde, era
|
necessário que eu tivesse um extremo cuidado em obter apenas uma reação parcial.
|
Enfatizei a necessidade de apenas uma
|
pequena
|
reação e me preparei para observar os
|
sintomas cuidadosamente e interromper o processo se eles se
tornassem intensos
|
demais. "Gostaria que fechasse os olhos e voltasse ao
momento em que tinha onze anos,
|
logo após ter sido picada pela abelha, quando estava começando a notar os sintomas na
|
garganta. Pronto, assim está bem! Agora pode
|
abrir os olhos e olhar para mim,
|
enquanto sente seu corpo voltando ao normal."
|
Quando Maria se lembrou da experiência, sua expressão mudou de várias
|
maneiras. Ela ficou completamente tensa, sobretudo no rosto, que
se tornou pálido.
|
Também demonstrou vários outros sintomas de
|
stress.
|
Quando lhe pedi para se lembrar
|
do estado alérgico, pude observar como ela ficava
naquele estado. Esta informação seria
|
primordial mais tarde, no momento de testar se o estado problemático havia sido
|
alterado.
|
"Maria, agora vamos ao próximo passo do processo. Pense em
algo semelhante a
|
uma picada de abelha. Porém, deve ser algo a que o seu sistema
imunológico
|
já sabe
|
reagir de maneira adequada.
|
O que pode ser? Como reage a picadas de formigas, por
|
exemplo?"
|
"Que tal picadas de vespas?", perguntou Maria. "Já fui picada por vespas, antes e
|
depois de ter sido picada por uma abelha e nada senti além de ardência, vermelhidão e
|
inchaço."
|
"Perfeito. Como seu corpo já sabe reagir adequadamente às picadas de vespa,
|
usaremos essa reação como um recurso para treinar
novamente seu sistema
|
imunológico. Agora, feche de novo os olhos e pense numa ocasião em que foi picada
|
por uma vespa. Ao sentir a picada, e vivenciar como foi, poderá observar que seu
|
sistema imunológico sabe exatamente como reagir de
forma adequada a essa situação.
|
Observe o que acontece."
|
Enquanto Maria imaginava como era ser picada por uma vespa, sua
postura e sua
|
expressão mudaram. Suas costas ficaram mais retas, sua respiração continuou regular
|
etc. Enquanto observava essas mudanças não-verbais, coloquei minha mão de maneira
|
delicada, porém firme, em seu ombro, de forma que
o toque ficasse associado à reação
|
adequada.
|
"Maria, vou manter minha mão em seu ombro para estabilizar a
reação saudável
|
que está tendo agora. Seu corpo já sabe reagir adequadamente a uma
picada de vespa.
|
Quero que abra os olhos e imagine que há um vidro grosso à sua frente, do teto até o
|
chão. Você está aqui, completamente segura, protegida de qualquer coisa que
possa vir
|
a acontecer do outro lado do vidro.
|
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34
|
"Agora veja a si mesma do outro lado do vidro. Veja a Maria
que reage à picada
|
de vespa, seu sistema imunológico reagindo de maneira normal e
adequada...
|
"Agora você poderá observar que a Maria que está daquele lado
|
reage da mesma
|
forma a uma picada de abelha.
|
Assim como faz diante de uma picada de vespa, o
|
sistema imunológico dela sabe exatamente o que
fazer."
|
Fiquei observando cuidadosamente Maria, para ver se sua reação não-verbal
|
continuava sendo a reação normal à picada de vespa, e não a reação que vi no início,
|
quando ela se lembrou da picada de abelha. Se ela tivesse
voltado a ter a antiga reação
|
alérgica, eu a teria interrompido, voltado atrás e recomeçado o processo.
|
' 'Agora retire o vidro que a separa da Maria que está do outro lado, estenda os
|
braços e traga-a de volta para você, para assimilar o seu conhecimento
de como reagir
|
adequadamente à picada de abelhas. (...) Agora,
como seu sistema imunológico sabe o
|
que fazer, imagine que está sendo picada por uma abelha aqui mesmo
e observe como
|
se sente tendo os recursos necessários a uma reação apropriada. Sinta-se grata pelo
fato
|
de seu sistema imunológico ter aprendido algo tão importante rapidamente e desfrute
|
essa nova reação."
|
Ao fazer isso, Maria revelou na expressão não-verbal que continuava com
|
recursos. Manteve a mesma reação normal quando começou a pensar que estava sendo
|
picada por uma abelha. Durante todo o processo, mantive
constante essa reação,
|
colocando minha mão em seu ombro. Depois, quis
verificar se ela conseguiu reagir da
|
mesma forma sem o meu apoio, e retirei a mão. Quando lhe pedi para fechar os
olhos e
|
imaginar detalhadamente estar sendo picada por uma abelha, sua
expressão não-verbal
|
continuou a indicar a reação normal. Fui um pouco adiante no teste.
"Maria, agora
|
imagine que está levando com você este recurso do seu sistema imunológico que sabe
|
reagir de forma adequada de volta à ocasião em que tinha onze anos. Como teria
sido
|
isso, agora..." Quando Maria refez o processo, não havia mais a antiga reação de
|
stress.
|
Em seu lugar, vi todos os sinais não-verbais da reação normal. Todo o processo levou
|
cerca de dez minutos.
|
Quando terminamos, Maria não estava convencida — como outras
pessoas, aliás
|
— de que havia mudado. Entretanto, vi uma diferença marcante na sua reação não-
|
verbal no final do processo, de forma que eu tinha certeza de
que o resultado fora
|
positivo. Dada a gravidade de sua antiga reação alérgica, recomendei que, ao invés de
|
testar os resultados diretamente com uma picada de abelha, ela
fizesse um teste de
|
alergia. Mas, pouco depois, a vida se encarregou de
proporcionar-lhe um teste real.
|
Cerca de dois meses depois, ela foi picada por uma abelha quando
estava sozinha
|
em casa. Ficou assustada e imediatamente telefonou a uma clínica, para saber se deveria
|
usar a epinefrina que tinha acabado de adquirir. Não queria usá-la a não ser que fosse
|
absolutamente necessário. Por isso, chamou uma amiga, a
quem explicou a situação e
|
com quem ficou conversando durante uns vinte minutos. Fora a
vermelhidão e o
|
inchaço, normais no caso de uma picada de abelha, não houve qualquer outra reação.
|
Embora tenha ficado contente, Maria ainda não acredita totalmente na cura, e
sempre
|
que sai leva consigo a epinefrina, como medida de segurança.
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|
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|
O método
|
Esse processo foi adaptado por dois colegas nossos, Tim Hall-bom
e Suzi Smith, a
|
partir de um método desenvolvido originalmente por
Robert Dilts, um dos mais antigos
|
e mais competentes companheiros de Bandler e Grinder.
|
Uma longa experiência clínica comprovou que este processo de
alergia é
|
completamente eficiente em aproximadamente 80% dos casos, quando
o alérgeno
|
específico foi identificado. Ele também funciona bem no caso de muitas'
|
'sensibilidades" a metais, produtos químicos e outros. O vídeo'
|
'Eliminating allergic
|
responses''
|
(1) inclui três sessões completas dirigidas por Tim e
Suzi, com entrevistas de
|
acompanhamento. Nesse vídeo vemos três clientes perderem sua alergia ou
|
sensibilidade a gatos, trigo e produtos químicos de revelação fotográfica. Como a
|
maioria das pessoas necessita de ajuda de alguém especializado, ficamos surpresos
|
quando algumas pessoas declararam terem eliminado suas alergias
após assitirem à fita.
|
Um senhor telefonou dizendo:
|
"Coloquei a fita para minha esposa e duas outras pessoas
que sofriam de alergia.
|
Depois de verem a fita, os três observaram que suas alergias
haviam desaparecido!
|
Minha esposa era alérgica a um tipo de flor do campo e a
muitas outras coisas, e me
|
surpreendeu colocando um buquê dessas flores em cima da mesa".
|
Alergias não-específicas
|
Esse método funciona bem menos em casos como a "febre do
feno", na qual o
|
alérgeno específico é desconhecido, talvez porque é mais difícil identificar uma situação
|
semelhante onde a reação foi normal. Entretanto, conseguimos
alguns bons resultados
|
mesmo nesses casos.
|
Anna, que sofria de asma desde pequena, observou que os sintomas
asmáticos
|
aumentavam bastante durante a primavera e o outono, época de queda do pólen das
|
flores. Achava que sua asma era devida a uma reação alérgica. Quando usei o processo
|
de alergia com ela, Anna não conseguiu pensar em
|
nada
|
que com certeza
|
não
|
lhe
|
causasse uma reação alérgica. Então, pedi-lhe que pensasse
|
numa época da sua vida em
|
que não tinha sintoma algum.
|
|
"Olhe aquela Anna, a que sabe reagir a uma variedade de
coisas — pólen, fungo,
|
poeira e outras coisas. O corpo daquela Anna simplesmente reage
automaticamente de
|
maneira apropriada." Isso provocou uma reação positiva, e ela parecia ter muitos
|
recursos ao pensar "naquela Anna".
|
Vários dias depois do processo, Anna telefonou bastante satisfeita
para contar que
|
os sintomas da asma tinham se reduzido a um terço do nível anterior. Como ela era
|
enfermeira diplomada e tinha um profundo conhecimento sobre a
asma e os remédios
|
adequados, sentiu que podia reduzir a ingestão de medicamentos.
|
E se o método não funcionar?
|
Como mencionamos anteriormente, por razões ainda não muito claras, este
|
método não funciona com cerca de 20% das pessoas que sofrem de alergias
específicas.
|
O método depende da habilidade de usar as palavras corretas para
provocar estados
|
específicos no cliente. A congruência não-verbal também é um fator essencial, como em
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36
|
todos os métodos da PNL. É possível que em alguns casos o método não funcione por
|
falta de capacidade verbal e não-verbal da pessoa que o esteja
aplicando.
|
Outro fator, comumente chamado de "ganhos secundários", também pode explicar
|
por que o método, às vezes, não dá resultados. "Ganho secundário" é o mesmo que dizer
|
que todos os nossos comportamentos têm objetivos específicos. Por exemplo, quando
|
uma pessoa é alérgica a açúcar, muitas vezes essa alergia tem
uma função positiva
|
(ganho secundário) de evitar que a pessoa engorde.
Se a alergia fosse eliminada, a
|
pessoa teria de enfrentar um novo problema: comer açúcar em excesso e engordar. Se
|
um lado da pessoa reconhece este fato, ele sabiamente se oporá à eliminação da alergia.
|
A solução para esse conflito seria ensinar à pessoa
|
maneiras alternativas mais
|
eficientes
|
de controlar o peso. A partir daí, a alergia deixará de ser necessária como
|
função positiva e não haverá mais resistência. Da mesma maneira, uma pessoa
pode,
|
inconscientemente, continuar alérgica ao cigarro simplesmente por não possuir outra
|
maneira de pedir que os outros não fumem, ou porque sua alergia é a única forma de
|
chamar a atenção dos demais. Pode ser difícil dizer: "Prefiro que não fume perto de
|
mim", ou "Gostaria que prestasse mais atenção em mim", e nesse caso a
alergia "fala"
|
pela pessoa. Se alguém que não quer ter gatos em casa deixar de
ser alérgico a eles,
|
talvez não tenha mais como impor sua vontade.
|
Quando a função positiva (ganho secundário) é conhecida, pode-se geralmente
|
encontrar meios alternativos eficientes de alcançá-la. Mas nossas funções positivas são
|
em geral inconscientes. Se não forem identificadas, podem
tornar-se poderosos
|
obstáculos à mudança, qualquer que seja o método utilizado. No capítulo 8, mostramos
|
uma maneira de identificar essas funções positivas de maneira afirmativa e
respeitosa,
|
para que possamos encontrar melhores soluções alternativas.
|
O embasamento científico
|
Nos últimos anos, muitas provas científicas têm comprovado a profunda inter-
|
relação anatômica e bioquímica entre o sistema nervoso e a reação imunológica, o que
|
levou à criação de um novo campo, a "psiconeuroimunologia". Havia
evidências de que
|
as emoções, o humor e o
|
stress
|
afetavam a reação imunológica. Entretanto, acreditava-
|
se que a ligação era apenas hormonal e não-específica.
|
O livro de Bernie Siegel,
|
Love, Medicine and Miracles
|
(2), e o de Stephen Locke,
|
The healer within
|
(3), são fontes excelentes de uma evidência cada vez mais concreta —
|
tanto do ponto de vista de relatos como do ponto de vista científico — da capacidade da
|
mente em afetar o sistema imunológico.
|
Para quem desejar ter acesso a algumas das fontes relativas aos
fatores
|
psicológicos da atividade do sistema imunológico, recomendamos a leitura de
artigos
|
recentes da revista
|
Science,
|
da AAAS. Um relatório publicado em 1985 (4) resume as
|
descobertas do Primeiro Seminário Internacional de
Neuroimunomodulação, realizado
|
pelo Instituto Nacional de Saúde. O artigo afirma que:
|
"Pesquisas demonstraram que o
|
stress,
|
tanto profundo quanto leve, altera as
|
reações imunológicas, e que o clássico condicionamento pavlovia-no,
que é uma forma
|
de aprendizado, também as influencia. Além do mais, existem entre os sistemas
|
imunológico e nervoso ligações anatômicas e químicas que podem servir para integrar
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|
37
|
as atividades dos dois sistemas. Não apenas o sistema nervoso pode
influenciar as
|
reações imunológicas, mas também, como demonstram recentes
pesquisas, as reações
|
imunológicas podem alterar a atividade das células nervosas. Na verdade, as células do
|
sistema imunológico podem ter uma capacidade
sensorial, repassando ao cérebro
|
estímulos que não seriam detectados pelo sistema
sensorial mais clássico, como a
|
invasão de patogenias estranhas".
|
Em 1984, durante uma experiência (5), cobaias receberam uma
proteína estranha
|
para estimular a reação imunológica, e as injeções eram acompanhadas por uma
|
fragrância. Depois da quinta aplicação conjunta, das proteínas mais a fragrância,
|
constatou-se que a reação alérgica dos animais, medida pela
liberação de histamina, era
|
estimulada apenas pela fragrância. Os níveis médios de histamina em reação àquela
|
determinada fragrância eram trinta vezes maiores do
que os níveis causados por uma
|
fragrância neutra. Em outro estudo mais específico (6), ratos foram treinados para
ter
|
uma reação alérgica à luz e ao som. O nível da enzima.específica essencial à reação
|
alérgica foi aproximadamente quatro vezes maior que o nível obtido com animais não
|
treinados.
|
Alguns pesquisadores acham que este é o processo que ocorre
|
com pessoas
|
que
|
adquirem alergias. Um incidente ou uma reação emocional pode disparar a reação do
|
sistema imunológico na presença de um gato, fumaça de cigarro, pólen ou qualquer
|
outro "alérge-no". Da mesma maneira que
as cobaias aprenderam a ter uma reação
|
alérgica a uma fragrância, a pessoa aprende a ter uma reação alérgica à substância que
|
por acaso estava presente no momento em que ocorreu o fato traumático.
|
O método descrito neste capítulo também usa uma técnica simples de
|
condicionamento para modificar a reação imunológica. Imaginar uma situação na qual a
|
reação imunológica é normal provoca uma reação fisiológica normal, que em seguida é
|
substituída por uma reação alérgica imprópria. A etapa intermediária, em que o cliente
|
se vê com a nova reação desejada, não é necessária em todos os casos. Essa etapa
torna
|
mais fácil aprender a nova reação, ao mesmo tempo que reduz a
possibilidade de que a
|
antiga reação alérgica volte a se manifestar.
|
Como a reação imunológica humana, às vezes, pode ser recondicionada em
|
questão de minutos, esse método tem profundas implicações no tratamento de inúmeras
|
doenças nas quais a reação imunológica é inadequada. Usando-se o mesmo tipo
de
|
processo, pode-se reduzir ou eliminar reações imunológicas destrutivas em
|
enfermidades como a esclerose múltipla, a artrite reumática e o lúpus. Nossa
|
experiência com esse método tem revelado indícios cada vez mais concretos de que
|
também é possível estimular psicologicamente a reação imunológica a outras doenças,
|
tais como o câncer.
|
Cuidados e sugestões
|
Se o leitor estiver interessado neste método, deve tomar dois cuidados básicos.
|
Primeiro, se a alergia que deseja eliminar tiver conseqüências fatais — como no caso de
|
Maria —, use o método apenas sob orientação médica. Assim, caso ocorra
|
acidentalmente uma reação alérgica profunda, o médico poderá cuidar das
|
conseqüências. Sugerimos às pessoas que possuem qualquer tipo
de alergia que sigam
|
uma orientação médica paralelamente à utilização deste método.
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|
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|
Em segundo lugar, gostaríamos de lembrar que este método baseia-se na
|
capacidade do corpo de condicionar e descondicionar uma reação alérgica. Se alguém o
|
aplicar de maneira descuidada, poderá condicionar a reação alérgica a outras causas, em
|
vez de eliminá-la. Provavelmente, foi isso o que
aconteceu com pessoas que são
|
alérgicas a vários estímulos. Embora isso jamais tenha acontecido conosco, pode
|
ocorrer com alguém que não tenha sido suficientemente
treinado.
|
Caro leitor, se a leitura deste capítulo o estimulou a curar uma alergia
de maneira
|
fácil e automática, como já aconteceu com outras pessoas,
agradeça à sua mente
|
inconsciente. Se desejar um "guia" para ajudá-lo a eliminar uma reação alérgica,
|
recomendamos que procure alguém que saiba utilizar bem o método. E, antes de tentar
|
ajudar outras pessoas, submeta-se a um treinamento, de forma a
poder proteger as
|
pessoas que está ajudando.
|
Referências
|
(1) "Eliminating
Allergic Responses", vídeo (vide Apêndice II).
|
(2)
|
Love, Medicine and Miracles,
|
de Bernie Siegel, 1986.
|
(3)
|
The healer within,
|
de Stephen Locke, 1986.
|
(4) "The Immune
System 'Belongs in the Body'." Profundas ligações anatômicas e
|
bioquímicas entre o sistema imunológico e o sistema nervoso ajudam a
explicar como a
|
mudança de humor influencia a suscetibilidade à doença.
|
Science,
|
8 de março de 1985,
|
pp. 1190-1192.
|
(5) "Learned Histamine
Release".
|
Science,
|
17 de agosto de 1984, pp. 733-734.
|
(6) "Pavlovian
Conditioning of Rat Mucosal Mast Cells to Screte Rat Mast Cell
|
Protease II,
|
Science, 6
|
de janeiro de 1989, pp. 83-85.
|
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