segunda-feira, 18 de junho de 2012


COMO ELIMINAR A TRISTEZA


Quatro anos depois de romper o namoro com Sheri, Al ainda pensava nela. Quase
um ano depois do rompimento, Al ouviu dizer que Sheri ia se casar. Foi à prefeitura
olhar os proclamas, e, quando não achou o seu nome, pensou: "Ainda tenho uma
chance". Al saía pouco com outras moças. Sempre que passava pela Avenida Sheridan,
o nome de Sheri ainda o perturbava.
Começamos a estudar o processo de tristeza em 1984. Desenvolvemos um método
eficiente para acabar com ela, baseado nas pessoas que conseguiam vencê-la bem e
espontaneamente, sem saber como o faziam. Como muitas outras pessoas já haviam
sido ajudadas por este método, pareceu-nos que Al também poderia se beneficiar dele.
Pedi a Al para pensar em Sheri e me dizer de que maneira pensava nela. Ele a viu
numa fotografia pequena, levemente à sua direita. "É uma foto escura e deprimente.
Não gosto de olhar para ela."
"O que vê na foto?"
"Vejo o momento em que acabamos tudo. Foi a última vez que a vi."
As pessoas em geral se lembram dos momentos ruins que tiveram com alguém por
quem já foram apaixonadas. Isso faz com que o desejo diminua, mas as mantém distante
dos sentimentos positivos que tinham pela pessoa e as impede de vencer a tristeza.
"Veja o que acontece quando muda a imagem e passa a ver os momentos especiais
que teve com Sheri, quando tudo estava bem..."
"É menos deprimente, mas sinto-me ainda mais atraído. É isso que eu queria ter
de volta — os bons tempos."
Esta maneira de pensar é típica da pessoa que perdeu alguém: uma imagem
pequena, distante, inacessível. É o que causa a sensação de vazio. Podemos ver a
pessoa, porém a tal distância, que nos impossibilita ter os bons sentimentos que
sentíamos por ela.
Depois, pedi a Al que deixasse de lado a imagem por alguns minutos. "Agora,
pense em alguém que não faz mais parte da sua vida. Uma pessoa que, quando pensa
nela, você se sente bem — tem a sensação de que ela
está presente
ou
completa,
em
lugar da sensação de vazio. De que forma pensa nela?" Al imaginou seu antigo colega
de escola, Fred, à sua esquerda, em tamanho natural e em movimento. E disse: "Nossa,

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assim é bem melhor!"
Insisti, para ter certeza de que ele realmente se sentia
em contato
com o amigo.
"Você sente quase como se Fred estivesse aqui na sala com você? Sente que está com
ele, embora ele não faça mais parte da sua vida?"
"Sinto. É quase como se ele estivesse nesta sala."
Al acabava de me mostrar como
seu
cérebro codificava a experiência de alguém
que ele realmente "perdera", mas de quem ainda tinha a sensação positiva de
"presença". A imagem ficava num local determinado, tinha tamanho natural e se
movimentava. Esta seria a informação-chave para ajudar Al a resolver a perda de Sheri.
"Você gostaria de ser capaz de pensar em Sheri da mesma forma, para voltar a ter
os bons sentimentos que vivenciou com ela, ao invés desse vazio deprimente?"
"Seria bom ter aquele sentimento agradável novamente. Mas isso não me
impediria de conhecer outras moças?"
"É uma boa observação. Sem dúvida, você não quer simplesmente ficar sentado
em casa, tendo bons sentimentos em relação a Sheri. Aliás, quando terminarmos, você
terá ainda
mais
vontade de conhecer outras moças. Pensar em Fred como você pensa
não o impediu de ter outros amigos homens, não é?" Al concordou que não.
"Entretanto, pensar em Sheri da maneira como tem pensado manteve-o preso a ela
e o impediu de conhecer outras moças. O processo que iniciaremos agora vai lhe
permitir recuperar os bons sentimentos em relação a Sheri, como os que já tem com
Fred. Aqueles eram os
seus
bons sentimentos, e você merece tê-los no lugar do desejo e
do vazio que sente agora. E, o que é mais importante, posteriormente usaremos esses
bons sentimentos como um guia para o novo relacionamento que deseja construir com
outra pessoa no futuro."
"Parece-me ótimo", disse Al, concordando em ir adiante, porém ainda um pouco
em dúvida sobre se conseguiria realmente mudar alguma coisa.
"Perfeito. Agora, quero que pense em uma das ocasiões mais especiais que teve
com Sheri, quando tudo ia bem... Depois, quero que a veja em tamanho natural e em
movimento, à sua esquerda, no mesmo local em que viu Fred. Pense nela
da mesma
maneira
como pensou em Fred, quase como se ela estivesse na mesma sala."
Al começou a rir e a relaxar, sem dúvida alguma sentindo-se melhor. "Sinto-me
bem. Há muito tempo não me sentia assim... Com certeza, agora sinto-me diferente em
relação a ela."
"Mesmo que não se relacione mais com Sheri, pode sentir-se bem consigo
mesmo". Fizemos outros testes, que confirmaram que Al se sentia mais à vontade ao
pensar e falar sobre Sheri. Seu cérebro a tinha catalogado de outra maneira — não como
alguém que nos provoca tristeza, mas, como Fred, alguém sobre quem nos sentimos
bem. A PNL nos permite conhecer a maneira como nosso cérebro
codifica
nossas
experiências, e é isso que nos permite fazer mudanças de maneira tão rápida.
Seria tentador parar neste ponto, pois Al já tinha aprendido a substituir seu
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sentimento de vazio pelos sentimentos agradáveis de carinho e amor, quando pensava
em Sheri.
Entretanto, Al talvez tentasse repetir sua experiência com Sheri em novos
relacionamentos. No romance
Lolita,
um homem de quarenta anos ainda tentava
encontrar uma substituta ideal para a menina de treze anos que amara vinte e cinco anos
antes. Não se pode substituir
a pessoa
que se perdeu, mas é
possível
desenvolver um
novo relacionamento que tenha muitas das mesmas
qualidades
que se tinha com a
pessoa anterior.
O próximo passo ajudaria Al a ir mais fundo na preservação dos benefícios de seu
relacionamento anterior com Sheri. Com ele, Al poderia usar sua experiência anterior
para encontrar e desenvolver novos relacionamentos amorosos. Isto é o que as pessoas
que se recuperam espontaneamente de perdas trágicas conseguem fazer.
"Quero que feche os olhos e reveja todos os bons momentos que teve com Sheri
— esqueça os ruins, pois não são importantes agora. Enquanto relembrar, quero que
pense nos
valores
que sentiu durante o relacionamento. As pessoas valorizam coisas
diferentes num relacionamento. Algumas valorizam o afeto e a intimidade; outras, uma
amizade menos intensa, mas que permita uma convivência agradável. Outras valorizam
a espontaneidade e a variedade, e existe quem dê valor à confiança e à constância. O
humor, a inteligência e a vivacidade são outros elementos valorizados num
relacionamento. Algumas
pessoas
acham que certos relacionamentos lhes permitem
gostar mais de si mesmas, e
isto
era o que elas mais valorizavam...
"Enquanto identifica os diferentes valores de seu relacionamento com Sheri, quero
que os imagine em outro lugar. Esta nova imagem pode ser mais simbólica ou abstrata,
mas deve manter a essência das experiências especiais que teve com ela."
"Vejo uma luz branca que impregna tudo o que toca", disse Al.
"Ótimo. Agora, em um terceiro lugar, quero que imagine que forma esses valores
podem ter no seu futuro. Como poderá satisfazer esses valores com outra pessoa? Esta
imagem pode ser um pouco vaga e obscura, porque você ainda não sabe quem irá
conhecer amar no futuro, mas a imagem deve ter essa mesma luz branca e calorosa.
Imaginar que poderá vivenciar os mesmos valores com outra pessoa vai direcionar sua
atenção para procurar outras moças e descobrir o tipo de relacionamento satisfatório que
poderá criar com cada uma delas..."
"Já entendi. Isso me deixa mais esperançoso."
"Agora, pegue esta imagem e multiplique-a, como se fosse um baralho de cartas.
Enquanto ela se multiplica, cada carta pode ser um pouco diferente da outra, mas todas
terão a mesma luz branca e calorosa, preservando a essência do tipo de relacionamento
que deseja desenvolver...
"Quando tiver o baralho de cartas completo, quero que o jogue em direção ao
futuro, para que as cartas se espalhem. Algumas ficarão perto de você, outras mais
distantes. Mesmo espalhadas, você poderá ver a luz branca e calorosa em cada uma
delas, brilhando como uma pequena estrela..."
"Interessante, posso realmente ver as luzes brilhantes."
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"Perfeito. Agora, quero que pense em Sheri da maneira como o fazia antes, numa
imagem pequena e escura, e veja se recupera o antigo sentimento de perda..."
"Não consigo fazê-lo. Posso ver a imagem rapidamente, mas logo volto a pensar
nas luzes brilhantes do futuro."
Todo o processo levou cerca de vinte minutos. Para outro exemplo e a diretriz do
processo, ver o vídeo "Resolving Grief" (1).
Os resultados obtidos por Al
Algumas semanas depois, Al entrou em contato conosco e nos relatou várias
mudanças interessantes. Uma semana depois de nossa sessão, ele se viu conversando à
vontade com um amigo de Sheri, a quem anteriormente evitava. Voltou a sair com
moças e estava gostando muito. No fim, disse algo que era uma demonstração
fascinante de que as mudanças tinham sido para valer. Disse que ficava imaginando o
que aconteceria da próxima vez que passasse pela Avenida Sheridan. Quando passou
por ela a palavra que lhe saltou aos olhos foi "rid" [libertar-se], ao invés de "Sheri"!
Algumas semanas depois, Al usou o processo de eliminação da tristeza para
modificar seu sentimento em relação a duas antigas namoradas. Sempre ficamos
satisfeitos quando alguém aprende o suficiente sobre o método para usá-lo sem nossa
ajuda.
No ano seguinte, Al continuou a sair com outras moças e desenvolveu um
relacionamento sério com Julie, com quem vinha saindo há seis meses. Ele contou:
"Este último ano foi interessante. Nunca imaginei que uma única sessão pudesse ter tal
impacto."
Logo depois disso, Al telefonou nervoso e quase chorando. Julie tinha-lhe dito
que "queria que fossem apenas bons amigos" — estava saindo com outra pessoa. Desde
então, Al estava preocupado e tinha dificuldade em pegar no sono. Embora conhecesse
o processo de eliminação de tristeza, não o tinha utilizado, achando que pudesse impedir
qualquer possibilidade de um dia reatar com Julie. Tranqüilizei-o, afirmando que o
processo não apenas o faria sentir-se melhor, como também o tornaria mais
capaz
e
moderado, caso ela mostrasse interesse em retomar o relacionamento. (Ver a sessão
sobre "tristeza prévia", adiante, neste capítulo.)
Uma semana depois, ele telefonou, dizendo que se sentia bem melhor. Na noite
em que passou pelo processo de eliminação de tristeza, teve um sonho agradável ao
invés dos sonhos confusos e angustiados que vinha tendo. Em um mês, era a primeira
vez que isso acontecia. Havia conversado com Julie pelo telefone, e sentia-se calmo e
capaz. Haviam combinado um encontro num café.
Nenhum de nós pode evitar as perdas. Al aprendeu uma maneira criativa de lidar
com a perda. A cada vez que estabelece novos relacionamentos, leva consigo os valores
dos relacionamentos anteriores. Se apreendermos isso, poderemos usar todas as nossas
experiências para criar relacionamentos cada vez melhores.
Muitos tipos de perda podem ser resolvidos
Como a perda é uma experiência por que todo mundo passa, tivemos oportunidade
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de usar este método de eliminação da tristeza para resolver uma grande variedade de
perdas, em geral em apenas uma sessão. Entre os vários casos que tivemos, havia uma
jovem mãe que deu seu bebê para adoção, uma mãe cujo filho adulto se suicidou e
homens e mulheres que perderam entes queridos em desastres ou acidentes terríveis. Em
praticamente todos os casos, nosso cliente sentiu um intenso alívio e pôde estabelecer
um contato com a pessoa que havia perdido e com o
valor
daquele relacionamento.
Embora a maioria das pessoas pense em perda em relação a pessoas, existem
muitas outras perdas que podem ser solucionadas com este método. A perda de um
bichinho de estimação, um anel, uma casa, um trabalho — tudo isso pode ser tão
devastador para algumas pessoas quanto a perda de um relacionamento.
Usamos este método com atletas acidentados que não podiam mais praticar seu
esporte predileto e com pessoas que haviam perdido o emprego, a casa ou seu país de
origem. Tem sido muito gratificante poder ajudar essas pessoas tão rapidamente.
Três meses depois de ter ajudado uma senhora a superar a tristeza da morte da
mãe, seu marido me escreveu:
Apenas um bilhetinho para dizer o quanto estou grato por ter ajudado minha mulher a
superar a tristeza. Ambos lhe agradecemos por sua delicadeza, seu tempo, seu carinho e sua
sincera preocupação.
"Desde a sessão que teve com ela, minha esposa foi capaz de aceitar a morte da mãe e,
literalmente, colocou a tristeza dentro de uma nova perspectiva. Ela está lidando bem melhor
com o
estresse
e, em decorrência disso, o
estresse
sumiu do nosso trabalho e do nosso
casamento. Mais uma vez, muito obrigado. Desejo a você e aos seus saúde, bem-estar e uma
vida melhor, através da PNL."
Quando criança, Ruth tinha uma grande amiga com quem brincava o tempo todo.
Essa intimidade era muito importante para as duas meninas. Então, a amiga de Ruth
teve de se mudar para outro Estado. "Era como se
um pedaço de mim
tivesse ido
embora. Desde então sinto muita falta dela", explicou. Ela havia tentado inúmeras
abordagens terapêuticas para tentar resolver essa perda, sem sucesso. Vários meses
depois de ter aplicado o método de eliminação da tristeza, Ruth comentou: "Após tantos
anos, é bom ter finalmente conseguido lidar e eliminar essa tristeza". O calor e a paixão
do tom de voz de Ruth confirmavam a profundidade do que ela dizia.
Seis semanas antes de eu conhecer Anita, ela havia perdido as três pessoas a quem
mais era ligada. E tudo acontecera em apenas três dias. No dia 6 de maio, seu chefe
morreu num acidente de carro; no dia 7, ela perdeu a mãe; e no dia 8, o noivo, que
estava na África fazendo experiências de comunicação com animais, foi engolido por
um leão! Não é de admirar que Anita se queixasse de um vazio em sua vida. Perguntei-
lhe qual das mortes era mais difícil de aceitar e guiei-a através do processo de
eliminação de tristeza. Quando terminamos, ela me olhou pensativamente e disse:
"Posso fazer o mesmo no caso das outras duas, não é?" Depois, Anita contou que a
aplicação do método tinha feito uma enorme diferença em sua vida.
Perda de um sonho
Descobrimos que este método é muito útil quando alguém está triste por não ter
conseguido concretizar um sonho muito grande. Uma mulher que descobre que não
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pode ter o filho que tanto desejava ou um homem de negócios, em plena "crise de meia-
idade", que se dá conta de que suas expectativas de sucesso provavelmente não serão
concretizadas podem sofrer tanto quanto alguém que perdeu um filho ou um emprego
de alto nível.
Quando esses sonhos perdidos são tão vividos quanto as lembranças das pessoas
que perderam algo concreto, produzem os mesmos sentimentos de vazio e perda. O
método de eliminação de tristeza usado com
os sonhos
pode ajudar as pessoas a
vivenciarem o sonho como um recurso constante, com a mesma força que ele teria se
tivesse se concretizado.
Uso do método em maus-tratos sofridos na infância
Chegamos a usar este método com pessoas que sofreram maus-tratos quando
crianças e choravam a perda de uma infância feliz que jamais tinham tido. Quando um
dos pais morre, a criança perde o relacionamento positivo que tinham, e também a
esperança de vir a ter o relacionamento amoroso e carinhoso que tanto desejava.
Muitos profissionais a quem ensinamos este método o estão aplicando em pessoas
que foram maltratadas física ou sexualmente. O método permite que elas recuperem o
relacionamento carinhoso que tanto lhe fez falta durante o seu desenvolvimento. Isto
fornece uma base vivencial que cria um sentimento de auto-estima e bem-estar.
Dentre as várias instituições que estão utilizando o nosso método, uma é a clínica
psiquiátrica sem fins lucrativos Our Lady of Peace (Nossa Senhora da Paz), em
Louisville, Kentucky. A dra. Mary El-len Zuverink, responsável pelo treinamento da
equipe hospitalar no método de eliminação da tristeza, disse-me recentemente:
"Temos usado o método de eliminação da tristeza em nossa instituição com
imenso sucesso", disse, empolgada. "Temos trabalhado com os casos mais difíceis, e,
como funciona com essas pessoas, pode funcionar com
qualquer pessoa."

"Uma jovem sofria de depressão e de tendências suicidas por ter perdido a mãe.
Era filha de um alcoólatra, e quando criança tinha sido maltratada pela mãe e seviciada
pelos irmãos. Sua vida em geral tinha sido muito ruim. Após ter passado pelo processo
de eliminação da tristeza, tudo mudou para ela. 'Sinto-me como se tivesse feito um
transplante do coração', disse. Isso foi há sete meses, e hoje ela está em ótima forma.
Acaba de vir me visitar e disse que o método foi responsável pela sua mudança. Ao sair
do hospital, já se sentia bem, e está melhor ainda agora."
A dra. Mary Ellen deu outros exemplos de pacientes com vários tipos de
problemas e que haviam sofrido grandes perdas. "Depois que cuidamos dos problemas,
muitos deles simplesmente desaparecem", disse a médica. "Estou muito satisfeita que
você esteja fazendo este tipo de trabalho. É realmente necessário. Sinto-me feliz por
poder ensinar este método a outras pessoas."
Ela também contou que os resultados do método mudaram a maneira de pensar
dos funcionários da instituição sobre o que é possível fazer. "Vimos os resultados —
como as pessoas conseguem mudar tão rapidamente." Como se trata de um grande
hospital psiquiátrico, muitas vidas estão sendo beneficiadas por esse método.
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Quanto tempo leva a sensação de perda?
A maioria dos livros especializados diz que, para se livrar da sensação de perda, a
pessoa "deve" passar por quatro ou cinco estágios durante um certo período de tempo.
Vários autores enumeram estágios que variam pouco de um para outro. Esses estágios
em geral incluem negação, raiva e negociação, antes de se chegar à aceitação. Muitas
vezes, essa "aceitação" é mais resignação do que a decisão criativa que observamos nas
pessoas em geral.
Sem dúvida, isto é o que
acontecia
com as pessoas antigamente, mas tem pouco a
ver com o que é
possível
hoje. Afirmar que
tem de ser
dessa maneira parece o que se
dizia no século passado sobre voar. Parecia impossível, pois nunca havia sido feito
antes. Muitas pessoas sempre conseguiram superar suas perdas de maneira rápida e
criativa. Observando
como
essas pessoas excepcionais conseguiram resolver com
sucesso a sensação de perda, descobrimos os elementos-chave e como ensinar outras
pessoas a utilizá-los de maneira rápida. Descobrimos que um longo período de espera
simplesmente não é necessário — ocorre apenas porque não se sabe o que fazer.
O fato de o luto ser tratado de maneira diferente em diversas culturas também
demonstra que o período de tempo necessário não é fixo. Os irlandeses fazem uma
"vigília", onde amigos e parentes conversam sobre o morto e festejam durante três dias.
Após esse período, os sobreviventes se "recuperam" da perda. No outro extremo, em
algumas culturas a viúva deve prantear a morte do marido durante um número
específico de anos e, algumas vezes, até pelo resto da vida.
Já conseguimos usar este método com sucesso até no mesmo dia da perda.
Evidentemente, não forçamos ninguém a fazer isso. Não há um período de tempo
necessário. O que e necessário é compreender a estrutura mental da dor e da perda, de
forma a saber modificá-la.
Como as pessoas pensam na perda
A variedade de maneiras com que as pessoas pensam sobre alguém que se foi é
fascinante. Antes de continuar a ler, nosso leitor talvez ache interessante observar como
representa
a pessoa que se foi...
Todo mundo usa uma variação do tema "Está aqui, porém não está presente de
verdade'''.
Uma das maneiras é ver a pessoa, porém de uma forma "insubstancial" —
transparente, achatada, sobrevoando o ambiente, em uma foto etc. Talvez se veja a
forma da pessoa na cama, ou as marcas dos seus passos na relva, mas não há ninguém.
Talvez nos vejamos com a pessoa que se foi a distância, e neste caso funcionamos
apenas como observadores. Não estamos com a pessoa que perdemos, para rememorar
os bons sentimentos que um dia partilhamos. Um homem lembrava-se de uma grande
amiga ouvindo sua voz ao telefone. Mas a voz era fraca, como um velho disco na
vitrola, e não a de uma pessoa em carne e osso.
Quando eliminamos a sensação de perda, pensamos na pessoa que se foi quase da
mesma forma em que pensamos nas pessoas que ainda fazem parte da nossa vida. É
como se, de certa maneira, ela continuasse "viva para nós", mesmo sabendo que já
morreu ou foi embora. Existe melhor maneira de honrar aqueles que foram importantes
em nossa vida do que carregar conosco o
valor
daquilo que eles deixaram... e continuar
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vivendo para partilhar esse sentimento com outras pessoas?
Quando, além da perda, há trauma
Quando a pessoa morreu de forma dolorosa ou trágica — num acidente ou de
doença grave —, é quase sempre necessário usar o método de cura da fobia (ver
Capítulo 6), juntamente com o processo de eliminação da tristeza. Recentemente, fiz
uma sessão com um homem cuja esposa morrera de câncer seis meses antes. Ele e a
esposa haviam passado ótimos momentos juntos, partilhando as coisas de que gostavam
e reforçando o amor que sentiam um pelo outro. Entretanto, havia muitas lembranças
desagradáveis, à medida que o câncer progredia e ela ficava mais doente, até que entrou
em coma.
Pedi a ele que revisse aquele período e separasse com cuidado todos os bons
momentos que queria preservar e reverenciar daqueles momentos que poderia deixar
para trás. Primeiro, usei a cura rápida de fobia com os momentos desagradáveis, e
depois o método de eliminação da tristeza com os momentos especiais que ele desejava
reverenciar e guardar na lembrança. Isso fez com que ele se distanciasse do que era
desagradável e retomasse as experiências valiosas que havia tido com a esposa.
Preparação para a perda: restabelecer o poder pessoal
Uma variação deste método é útil para o que chamamos de "preparação para a
perda": um processo que prepara as pessoas para uma perda que vai acontecer. Isto
ajuda as pessoas que têm amigos idosos ou doentes, ou que estão prestes a se divorciar.
A preparação para a perda fortalece as pessoas para os acontecimentos futuros, de
forma que elas possam lidar de maneira mais adequada e respeitosa com alguém que
está morrendo ou indo embora. Sem essa preparação para a perda, as pessoas ficam tão
envolvidas na sua dor que não são capazes de ajudar a pessoa que está morrendo. Não é
justo sobrecarregar a pessoa que vai morrer com o ônus extra de ajudar os parentes e
amigos a aceitarem sua morte! Um especialista em PNL usa este método praticamente
todos os dias em pacientes que sofrem de AIDS, seus parentes e amigos.
A preparação para a perda também pode ser útil para qualquer tipo de perda
provável, como um divórcio, por exemplo. Ao resolvermos o problema da perda
previamente, podemos nos sentir fortes e criativos, ao invés de desesperados e
desesperançados. Isso nos cia uma base emocional muito melhor para lidarmos com os
problemas práticos da separação. E pode, às vezes, criar as bases para uma possível
reconciliação.
Como um bônus surpresa, descobrimos que a preparação para a perda é útil até
para casais que planejam continuar juntos! Fortalece o relacionamento e elimina
qualquer tipo de dependência do tipo "Não posso viver sem você".
Ron, por exemplo, estava descontente com o forte ciúme que sentia da namorada.
Depois que um especialista em PNL usou o método com ele, o ciúme desapareceu. Ele
não tinha mais a sensação de que a namorada era a "única" pessoa capaz de lhe
proporcionar experiências valiosas. Portanto, deixou de se sentir dependente e
desamparado. A preparação para a perda mostrou-lhe que as experiências valiosas
estavam
dentro dele.
Ron conseguia apreciar ainda mais a namorada sem se prender
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desesperadamente a ela. Ficou mais feliz, porque se sentia mais completo como pessoa,
e a namorada também ficou mais feliz, porque ele deixou de se preocupar com ela o
tempo todo.
Louise sentia-se chateada com a possibilidade de perder o namorado. Como ele
ainda não havia assumido um compromisso mais sério, ela se sentia vulnerável. Esse
sentimento interferia no relacionamento. Para Louise, era um "grande problema". Após
usar o método de preparação para a perda, ela nos enviou um bilhete:
"Muito obrigada pela atenção e ajuda que me deu. Depois de resolvido, o 'grande
problema' parece tão bobo! E incrível como nosso cérebro aprende rápido se tiver a
ajuda adequada".
Eu e Steve já nos preparamos para a perda dos nossos filhos e outros parentes e
amigos. Achamos que ter consciência de que eles talvez não estejam conosco amanhã
faz com que o tempo que temos com eles se torne ainda mais especial e precioso.
Quando perdeu a mãe, há três anos, Steve passou uma manhã tranqüilamente sozinho,
restabelecendo a ligação com os momentos especiais que tiveram juntos e depois seguiu
em frente com sua vida. Mesmo a morte pode tornar-se uma celebração da vida.
Além de solucionar o problema da tristeza e nos ajudar a lidar com os problemas
práticos da perda, este método nos dá uma sensação saudável de poder pessoal e
independência, criando a capacidade de plantarmos solidamente nossos pés no chão e
estendermos nossos braços para as outras pessoas.
Referências
(1)  "Resolving Grief", vídeo (ver Anexo II).
(2)  
Grief into gratitude,
de Steve e Connirae Andreas (a ser publicado).
Não foi com uma sensação de distância,

e sim com o coração cheio de alegria,

que pude me lembrar dele.

H. C. BEECHING
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A ESTRATÉGIA DAS PESSOAS
NATURALMENTE ESBELTAS


Talvez você esteja fazendo ou já tenha feito regime para emagrecer, ou tenha
amigos ou parentes que tentam sem cessar perder peso e mantê-lo. Muitas pessoas que
fazem regime lutam a vida toda para perder peso, enquanto outras mantêm-se esbeltas
sem nenhum esforço.
Fatores para a perda de peso
Problemas de peso podem resultar de inúmeras causas. Um dos pontos básicos
para facilitar a perda de peso é adotar a estratégia das pessoas naturalmente esbeltas,
que será apresentada posteriormente neste capítulo. Se quiser perder peso, talvez esta
estratégia alimentar seja a única coisa que lhe falta. Pelo menos, será um primeiro passo
para você se tornar uma pessoa naturalmente esbelta. Algumas pessoas que querem
perder peso já possuem esta estratégia. Precisam apenas de outras mudanças para tornar
possível a perda de peso. Em outros casos, aprender esta estratégia alimentar é um passo
importante, mas são também necessárias outras mudanças.
Por exemplo, as pessoas às vezes comem demais quando estão infelizes ou
estressadas, porque comer é uma forma simples de ter prazer na vida. Lidar com a
infelicidade ou reduzir o
estresse
em geral elimina a necessidade de comer demais.
Muitos dos métodos descritos neste livro podem ser usados para este fim.
Outras pessoas comem razoavelmente bem, mas não fazem exercícios físicos
suficientes para manter o peso. Encontrar uma maneira prazerosa de se exercitar, e que
combine com o seu estilo de vida, é em geral um fator importante. A motivação
positiva, sobre a qual falaremos mais no Capítulo 14, também pode ser útil.
Algumas mulheres não têm uma maneira positiva de reagir a cantadas sexuais.
Estar acima do peso, e deixar de ser atraente por isso, pode ser uma maneira eficiente de
evitar tais situações. Quando se aprende a reagir bem ao flerte e a dizer "não" com
firmeza quando necessário, a necessidade de ter um peso acima do normal desaparece.
Outros fatores, por vezes, estão relacionados ao problema de peso.
Já que cada
pessoa é especial, nossa abordagem é sempre encontrar o elemento-chave em cada
caso.
Como a estratégia das pessoas naturalmente esbeltas oferece uma base para uma
perda de peso adequada e fácil, nós a apresentaremos com mais detalhes.
Posteriormente, neste capítulo, daremos um guia passo a passo, para que o leitor possa
treinar e aprender a estratégia sozinho.
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103
Descobrir a estratégia para se tornar naturalmente esbelto
Quando estava na faculdade, às vezes me diziam: "Nossa, você tem
sorte
de ser
tão magra! Eu não sou assim. Meu tipo físico é outro". Essas pessoas achavam que ser
"magro" ou "gordo" era um acidente genético que não podiam controlar, e na época eu
também acreditava nisso. Só voltei a pensar no assunto muitos anos depois, em 1979,
quando estava ensinando a estratégia de PNL num seminário.
Quase por acaso, descobri a estratégia ou "seqüência de pensamento" que
possibilita às pessoas tornarem-se naturalmente esbeltas. Conheci uma mulher que
queria conhecer sua estratégia para decidir quando e o que comer. Clara estava mais de
50 kg acima do seu peso e queria emagrecer. Sua seqüência de pensamento era muito
curta, e mostrava claramente por que ela era tão gorda: Ver a comida ⇒ comer. Eu não
acreditava muito que uma pessoa quisesse comer
sempre
que visse comida; então
resolvi fazer um teste com Clara. Havia um pouco de comida na sala onde estávamos
dando o seminário, e, de fato, assim que ela viu a comida, foi levada a comer. Ela não
levou em consideração se estava ou não com fome, se a comida era ou não gostosa, se
comer a afetaria ou não.
Comecei a criar uma estratégia alternativa para Clara, a fim de dar-lhe uma
melhor maneira de selecionar quando e o que comer. Meu objetivo era que ela tivesse
uma maneira de se manter naturalmente esbelta. Mais tarde, pensando no assunto, dei-
me conta de que usara minha própria estratégia! Era isso que tinha funcionado para mim
durante anos. Nos últimos dez anos, ensinamos muitas outras pessoas a usar esta
estratégia para selecionar o que comer, e recebemos informações de que elas perderam
peso naturalmente, sem esforço.
A maioria dos estudos sobre obesidade examinam as pessoas que
têm problema
de
peso e como elas reagem a diversas dietas e métodos terapêuticos. Ao contrário, muitos
dos padrões de PNL foram criados na tentativa de descobrir o que fazem as pessoas que
conseguem manter o peso com facilidade. Uma vez que descobrimos o que fazem as
pessoas naturalmente esbeltas, foi possível ensinar essa habilidade aos outros.
As pessoas naturalmente esbeltas não se sentem obrigadas a serem magras. Não se
sentem mal por "terem deixado de comer bem" e não restringem sua dieta. As que estão
de regime fazem tudo isso. Ao invés de travar uma batalha constante com a comida, é
muito mais fácil aprender
a pensar e reagir da maneira que as pessoas naturalmente
esbeltas fazem.
A partir de nossas observações, pudemos verificar que a maioria das
pessoas naturalmente esbeltas fazem o que eu faço, e as pessoas que têm problema de
peso
não.
Eis o método que eu uso.
Estratégia das pessoas naturalmente esbeltas
1. Em primeiro lugar, algo me faz pensar em comida. Os motivos podem ser
vários: percebo que está na hora do almoço, alguém fala em comer, sinto fome ou vejo
comida.
2.  Verifico como está o meu estômago.
3.  Pergunto-me: "O que cairia bem no meu estômago?"
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4. Visualizo um alimento qualquer: um sanduíche, um prato de sopa, uma salada
etc.
5. Imagino que estou ingerindo qualquer um desses alimentos. Penso no gosto da
comida, sinto o alimento descendo pelo estômago e depois imagino como essa
quantidade do alimento escolhido
vai "bater" mais tarde no meu estômago se eu comer
agora.

6. Se achar que essa sensação posterior é melhor do que não comer nada,
mantenho o alimento como uma possibilidade. Se não, deixo-o de lado.
7.  Depois, visualizo outro alimento que poderia ingerir.
8. Imagino estar provando este segundo alimento, sinto-o descer para o meu
estômago e ficar dentro do meu organismo nas horas seguintes.
9. Observo minha sensação. Gosto mais desta segunda escolha? Se for o caso,
mantenho este segundo alimento na mente, para compará-lo à minha próxima escolha.
10. Repito os passos 7,8 e 9 várias vezes, sempre pensando no tipo de alimento
que me daria a melhor sensação após tê-lo ingerido. E comparo cada nova possibilidade
com as anteriores.
11.  Quando sinto que já comparei um número suficiente de opções, como o
alimento que me fará sentir-me melhor após tê-lo ingerido.
A pessoa naturalmente esbelta poderá estar pensando, "Mas isso é óbvio. De que
forma uma pessoa escolheria o que comer?" Mas a pessoa que tem problema de peso
raciocina de outra maneira. Talvez pense: "E o que a faz deixar de comer chocolate,
sorvete e outras comidas que engordam?!"
A resposta é "nada". De vez em quando, como alimentos que engordam, em geral
em pequenas porções. Nada
me impede
de comer alimentos que engordam. Entretanto,
normalmente não tenho vontade de comê-los, pois, quando paramos para pensar, a
maioria das comidas que engordam
nos fazem mal algum tempo depois.
Se me imagino
comendo um prato inteiro de rodelas de cebola frita, a sensação de ter de digeri-las a
tarde toda não é nada
convidativa.
Se penso em comer vários potes de sorvete na hora
do almoço, imaginar o sorvete no meu estômago pelo resto da tarde me dá a mesma
sensação desagradável, pesada.
Por outro lado, se imagino um prato de sopa de legumes a sensação que
este
alimento vai causar no meu estômago e no meu organismo pelo resto da tarde, sinto-me
bem melhor. No meu caso, esta experiência é muito mais atraente, e é por isso que em
geral a escolho.
Sem dúvida, cada pessoa reage de maneira diferente a diferentes tipos de comida.
Um sanduíche de peru ou uma salada de camarão podem fazer uma pessoa sentir-se
bem o resto da tarde. Devemos nos lembrar que o que nos faz bem num dia pode não
nos fazer bem no dia seguinte. Nosso corpo muda à medida que reagimos aos
acontecimentos: o que comemos no dia anterior, nossas atividades, se temos dormido o
suficiente, se estamos com frio ou calor etc. Qualquer alimento será atraente se não
tivermos comido nada nos últimos três dias.
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O que fazer quando se come demais?
Outra diferença entre as pessoas naturalmente esbeltas e as que estão sempre
fazendo regime reside no que elas fazem quando comem demais algum alimento que
engorda. Todo mundo exagera de vez em quando. Quando as pessoas que estão de
regime comem demais, geralmente pensam: "Não consegui me controlar. Acho que sou
um glutão. Vou ser gordo a vida toda, então é melhor me acostumar. Como não consigo
seguir uma dieta, é melhor comer o que quiser e saborear a comida". Uma forte
sensação de depressão ou de baixa estima mantém vivo esse padrão.
Por outro lado, eis um exemplo do que as pessoas naturalmente esbeltas fazem
quando comem em excesso. Recentemente, demos uma festa em nossa casa, com jantar
e várias sobremesas. Comi demais, muito mais do que como normalmente. Quando a
festa acabou, notei que estava
enfastiada
— não apenas satisfeita, como fico
normalmente, mesmo quando como bastante. Passei o resto da noite consciente do
desconforto em meu estômago. "Que bom que estou sentindo isso", pensei. "Não vou
mais comer dessa maneira durante um bom tempo."
A experiência de ter comido em
excesso deu-me a informação de que precisava para me motivar a comer deforma mais
moderada no futuro.
No dia seguinte, quando pensava no que comer, escolhia apenas
pequenas quantidades de alimentos que continham pouco ou nenhuma gordura ou
açúcar. Não porque achasse que
tinha
de comer esse tipo de comida; elas me atraíam
naturalmente naquele momento.
Por que funciona
A estratégia das pessoas naturalmente esbeltas baseia-se em
sensações boas
mais prazer e menos proibições. Quando se começa a pensar como as pessoas
naturalmente esbeltas, não é mais necessário usar "obrigações" e "regras" para se
obrigar a comer de forma a perder peso. As pessoas que comem demais em geral
prestam atenção
apenas
ao gosto agradável da comida. Por outro lado, a estratégia das
pessoas naturalmente esbeltas ensina a pensar no que vai nos proporcionar a
melhor
sensação a longo prazo.
Comer sorvete demais pode ser agradável na hora, mas, se
imaginarem como o estômago e o organismo vão se sentir depois de um excesso de
açúcar e gordura, as pessoas perceberão que a
longo prazo
não é tão agradável assim.
Essa estratégia funciona mesmo quando não contamos as calorias. Nosso corpo se
lembra da reação a algo que já ingeriu. Isso cria uma
motivação interna
automática para
comer bem — porque, no fim das contas, é mais
agradável
comer dessa maneira.
A diferença entre estar com fome e outras sensações
Greta queria perder peso e não tinha encontrado uma dieta que funcionasse para
ela. Quando lhe falei da estratégia das pessoas naturalmente esbeltas, demonstrou
interesse. Greta não acreditava que fosse possível perder peso sem esforço, mas achou
que valia a pena tentar. Se funcionasse, seria um alívio.
Comecei ensinando a Greta os passos indicados anteriormente. "Imagine-se num
restaurante, enquanto pensa o que vai almoçar. Leia o primeiro item do cardápio. O que
é?"
"Um empadão", respondeu.
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"Muito bem. Imagine um empadão... Agora, imagine que está comendo o
empadão e sinta como ele ficaria no seu estômago pelo resto da tarde." Prestei atenção
aos sinais não-verbais de Greta, para saber se estava seguindo minhas indicações,
usando a parte do seu cérebro capaz de seguir cada um dos passos. Ela saiu-se bem até o
passo sobre a "sensação".
"Quer que eu sinta se estou ou não saciada?", perguntou.
"Não se trata de saber se está
saciada
ou não", respondi. "Trata-se do
tipo
de
sensação que tem no estômago. Se comer um empadão com recheio de queijo, a
sensação será muito diferente da que teria se comesse um prato de legumes."
Greta parecia confusa. "Não sei do que está falando", disse. "Acho que nunca
percebi uma diferença de sensações. Sei a diferença entre me sentir bem ou mal, ou
desconfortável. Se me sinto desconfortável, então como."
Algumas pessoas que comem demais são como Greta. Não sabem diferenciar os
vários tipos de sensações. Nem aprenderam a diferenciar o tipo de vazio que significa
"Estou me sentindo só" da sensação de fome, que é um sinal para se comer. Levei
algum tempo para ajudar Greta a diferenciar suas várias sensações emocionais.
"Se todas as suas sensações emocionais estiverem classificadas em dois grandes
blocos, "boas" ou "más", quando se sentir mal não saberá o que fazer para se sentir
melhor. Não saberá quando comer, quando convidar um amigo para um cinema ou
quando fizer qualquer outra coisa que satisfaça suas necessidades", eu disse. "Você
passará a perceber a diferença se prestar atenção aos
sinais
internos, se observar que
ações
a fazem sentir-se melhor. Se tiver uma sensação desagradável e uma visita a
amigos a fizer sentir-se melhor, você começará a reconhecer aquele
tipo
de desconforto
como um sinal para visitar um amigo. Se sentir uma sensação desagradável e depois de
comer a sensação
ainda
continuar, provavelmente a sensação não era de fome. É um
sinal de que deseja outra coisa. Talvez esteja com raiva de alguma coisa e precise
resolver esta questão. Talvez esteja entediada e queira fazer algo interessante ou
empolgante."
Greta compreendia o que eu dizia e começava a diferenciar a sensação de fome
das demais. Mesmo assim, ainda tinha dúvidas. "Nunca fiz isto antes; portanto, não
tenho experiência. Não sei a sensação dos diferentes tipos de comida no meu estômago.
Então como vou aprender e comer desta maneira?", perguntou.
"Neste momento, enquanto está aprendendo a estratégia, pode supor como seu
estômago vai reagir a cada alimento a longo prazo. Não importa se vai acertar ou não,
desde que use o sinal posterior para rever suas impressões. Após ter ingerido um
alimento, observe como se sente. E a cada vez que se alimentar perceberá melhor o tipo
de sensação que cada alimento provoca."
Expliquei a Greta que, com o tempo, fui ficando cada vez mais específica em
minhas previsões. Quando era mais jovem, muitas vezes comia demais, ou comia
alimentos que me faziam mal depois. Esse tipo de experiência era exatamente do que eu
precisava para ter mais informações a respeito de como iria sentir posteriormente certos
alimentos. De vez em quando, eu até sabia que um alimento ia me causar desconforto,
mas esse meu "conhecimento" não era muito real ou suficientemente forte. Cada vez
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que comia demais, observava como meu corpo reagia. Passei a ter uma experiência
profunda do desconforto, e da próxima vez pensava duas vezes antes de ingerir aquele
alimento. Todo mundo aprende com a experiência. E qualquer erro de previsão deve ser
motivo de alegria, porque ele nos dará mais experiência no futuro.
Levamos mais algum tempo repetindo o processo para que se tornasse automático
para Greta. Prestei atenção às pistas não-verbais (ver Anexo I) que indicavam que ela
realmente estava realizando cada uma das etapas de maneira adequada.
Cerca de um ano e meio depois, Greta nos contou que sua nova estratégia de
alimentação tinha dado resultados. Havia perdido peso rapidamente, sem esforço.
Embora tivesse, uma ou duas vezes, comido em excesso, conseguira interromper o
processo, passando a comer pequenas quantidades durante vários dias, para que seu
estômago voltasse ao tamanho normal. A partir daí, foi mais fácil para ela observar
como seu estômago reagia a diferentes tipos de comida.
Qual é o peso normal?
Quando a pessoa usa a estratégia das pessoas naturalmente esbeltas, passa a
manter o seu peso "normal". Este peso varia de pessoa a pessoa, dependendo de fatores
genéticos, do nível de atividade e da maneira de pensar. Dependendo do seu tipo
genético e de sua maneira de pensar, algumas pessoas serão mais pesadas do que outras.
A idéia de que alguns de nós têm um "peso predeterminado" ao qual nosso corpo
retornará é bastante difundida na literatura sobre controle de peso. Achamos que esse
"peso predeterminado" muda quando a pessoa adota uma nova estratégia alimentar.
Quase sempre, as pessoas passam a ter um peso "normal" mais baixo.
Adaptação às alergias alimentares
Pessoas que sofrem de alergias alimentares ou de doenças que exijam uma dieta
especial, como o diabetes, também podem usar outros critérios para selecionar ou evitar
certos alimentos. Entretanto, enquanto os efeitos nocivos não forem muito graves e
ocorrerem dentro de algumas horas, esta estratégia alimentar funciona bem. Se alguém
tem alergia a milho, por exemplo, e imagina como irá se sentir a médio prazo se comer
milho, poderá notar as sensações alérgicas, perceber como são desagradáveis e escolher
outro alimento. Esta estratégia ajudará as pessoas que são alérgicas ou sensíveis a
alguns tipos de alimento a evitá-los, sem criar conflito interno. (Ver também capítulo 4,
"Como eliminar reações alérgicas".)
Como recuperar a sensação corporal
Greg pediu-me que o ajudasse a aprender a estratégia das pessoas naturalmente
esbeltas, porque conhecia pessoas que tinham obtido bons resultados com ela. Quando
comecei a ensinar a Greg a estratégia, ele disse logo que não poderia aprendê-la, pois
não sentia nada da cintura para baixo.
Experiências muito traumáticas na infância fizeram com que Greg "decidisse",
ainda bastante criança, que não valia a pena ter sensações corporais. Era necessário
cuidar dessas experiências emocionais do passado antes que Greg pudesse sentir-se
seguro para ter sensações corporais. Usei os métodos descritos nos capítulos 3 e 6 para
lidar com sua infância traumática. Isto lhe trouxe outros benefícios, que foram ainda
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